CONFLITO

Rússia fala em reforçar defesa nuclear se Finlândia e Suécia aderirem à Otan

Governo russo diz que ira implantar armas nucleares em suas defesas nas fronteiras com países nórdicos

Sputnik / Mikhail Klementiev
Sputnik / Mikhail Klementiev
Antes da guerra entre Rússia e Ucrânia, em 24 de fevereiro, a possibilidade de a Finlândia ou a Suécia mudarem suas linhas históricas de não-aliança militar era altamente improvável

São Paulo – A Rússia disse à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nesta quinta-feira (14) que, se a Suécia e a Finlândia aderirem à aliança militar liderada pelos Estados Unidos, terá de reforçar suas defesas na região, inclusive com a implantação de armas nucleares.

O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, um dos aliados mais próximos do presidente Vladimir Putin, afirmou que se os países nórdicos aderirem à aliança, a Rússia terá que fortalecer suas forças terrestres, navais e aéreas no Mar Báltico para restaurar o equilíbrio militar.

Medvedev, presidente da Rússia entre 2008 a 2012, também aventou a ameaça nuclear ao dizer que não se pode mais falar de um “Báltico livre de armas nucleares”.  “Não se poderá falar mais de um Báltico livre de armas nucleares, o equilíbrio tem de ser reposto”, resumiu ele. “Até hoje, a Rússia não tomou tais medidas e não iria. Mas se nossa mão for forçada… Tome nota que não fomos nós que propusemos isso”, acrescentou.

A Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia, e a Suécia estão analisando a possibilidade de aliança à Otan, aliança militar liderada pelos Estados Unidos. A primeira-ministra finlandesa, Sanna Mari, disse que o país tomará uma decisão nas próximas semanas.

Avanço da Otan

Antes da guerra entre Rússia e Ucrânia, em 24 de fevereiro, a possibilidade de a Finlândia ou a Suécia mudarem suas linhas históricas de não-aliança militar era altamente improvável. O apoio à adesão da população, que ficava em torno de 20 a 25% há décadas na Finlândia, quase triplicou, ultrapassando os 60% atualmente.

A guerra entre russos e ucranianos teve um gatilho principal, a possibilidade de inclusão da Ucrânia à Otan. Para o governo russo, a inclusão de seus vizinhos na aliança é uma tentativa dos americanos e das potências europeias de cercar seu território, o que configuraria uma ameaça à Rússia.

Desde o fim da União Soviética (URSS), em 1991, a aliança militar encabeçada por Estados Unidos e Europa incorporou 13 países da região aos seus membros, entre eles as ex-repúblicas soviéticas Estônia, Lituânia e Letônia. “Para os EUA e seus aliados, é a chamada política de detenção da Rússia, com óbvios dividendos políticos. E para nosso país, é uma questão de vida ou morte, é uma questão do nosso futuro histórico como povo. Não é exagero. É uma ameaça real não só aos nossos interesses, mas à própria existência do nosso Estado e sua soberania”, disse Putin, ao anunciar o conflito, em fevereiro.


Leia também


Últimas notícias