Segunda rodada

Rússia e Ucrânia concordam em criar ‘corredores humanitários’, mas conflito continua

Em fala divulgada pelo Kremlin, Vladimir Putin diz que tudo transcorre como planejado e afirma: “Russos e ucranianos são uma nação. Eu nunca vou desistir disso”

Twitter/Embaixada Rússia em Belarus
Twitter/Embaixada Rússia em Belarus
Representantes da Rússia (à dir.) e da Ucrânia em segunda rodada de negociações realizada neste quinta-feira (3)

São Paulo – Sem ter chegado a um acordo para o fim das hostilidades, a segunda rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia, realizada em Belarus nesta quinta-feira (3), terminou com alguns avanços na questão humanitária. O principal é garantir corredores para a o trânsito e evacuação de civis que tentam fugir dos combates. A entrega de medicamentos e alimentos também está na agenda. Algumas fontes mencionam a possibilidade da decretação de um cessar-fogo temporário durante esse “êxodo”.

Calcula-se que mais de 1 milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia. Um terceiro encontro entre as partes já estaria sendo planejado, de acordo com o site Sputnik, segundo o qual “Moscou e Kiev concordam em continuar negociações”.

O principal negociador russo, Vladimir Medinsky, descreveu que houve um “progresso substancial” nas conversas. Já o lado Ucraniano diz o oposto. “Infelizmente, os resultados que a Ucrânia precisa ainda não foram alcançados. Há uma solução apenas para a organização de corredores humanitários”, afirmou Mykhailo Podolyak, assessor do presidente Volodymyr Zelensky, no Twitter. Ele, porém, confirmou o entendimento sobre os corredores humanitários e o cessar-fogo temporário.

Em discurso divulgado na tarde de hoje (no horário de Brasília) pelo Kremlin, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que “a operação especial militar avança em estrita conformidade com o gráfico, segundo o plano. Todas as tarefas planejadas estão sendo realizadas com sucesso”. garantiu.

“Uma só nação”

Ele deu indicações de que não recuará. “Russos e ucranianos são uma nação. Eu nunca vou desistir disso”, enfatizou. Destacou ainda que “grupos nacionalistas e neonazistas, mercenários estrangeiros, incluindo do Oriente Médio, estão usando civis como escudos humanos”. Putin reafirmou que “há dados absolutamente objetivos, fotos de como eles colocam equipamentos militares pesados em áreas residenciais das cidades”.

“A Rússia tem a intenção de continuar, sem fazer concessões, em sua luta contra os membros de grupos nacionalistas que cometem crimes de guerra”, afirmou ainda o líder do Kremlin.

Biden

Do outro lado do Atlântico, o presidente norte-americano, Joe Biden, declarou, via Twitter, que vai se encontrar com seu gabinete na Casa Branca. “Discutiremos sanções adicionais aos oligarcas russos, nossos planos para reduzir custos para os americanos, nossa agenda de unidade e muito mais”, disse. À tarde, a promessa do líder dos Estados Unidos passou a ser destaque nas emissoras de TV ocidentais, como a CNN.

Ele afirmou que conversou com o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o primeiro-ministro do Japão, Kishida Fumio, “sobre o ataque contínuo da Rússia à Ucrânia e nosso compromisso com a soberania e a integridade territorial em todo o mundo, inclusive no Indo-Pacífico’. A reunião foi virtual.

Ontem, Putin havia conversado com o líder indiano. A pauta foi a cidade ucraniana de Kharkiv, na qual há muitos estudantes indianos sem conseguir sair, de acordo com comunicado do governo de Modi.