ECONOMIA GLOBAL

Putin anuncia que passará a cobrar exportações de gás à Europa em rublos

Rublo desvalorizou 60% com sanções impostas por EUA e União Europeia

Sputnik / Mikhail Klimentiev
Sputnik / Mikhail Klimentiev
Apesar da mudança na moeda de cobrança, o presidente russo afirmou que manterá o abastecimento e os valores acordados.

Brasil de Fato – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, decidiu cobrar as exportações de gás à Europa em rublos. “Não tem sentido oferecer nossos produtos à União Europeia e aos Estados Unidos em dólares e euros”, declarou o chefe de Estado nesta quarta-feira (23). 

A medida busca fortalecer a moeda nacional russa, que desvalorizou cerca de 60% após o banimento do sistema financeiro Swift, o confisco das reservas internacionais do Banco Central da Rússia e outro pacote de medidas coercitivas unilaterais. Apesar da mudança na moeda de cobrança, o presidente russo afirmou que manterá o abastecimento e os valores acordados.

Desde 2014, quando começou a deterioração da relação entre a Rússia e o Ocidente com a eclosão da crise ucraniana, que resultou na anexação da Crimeia, Moscou recebeu mais de 5,5 mil sanções, de acordo com o site de monitoramento de movimentações financeiras Castellum.AI. Metade delas foi após a recente intervenção na Ucrânia, iniciada no último 24 de fevereiro. 

No dia 8 de março, os Estados Unidos e o Reino Unido decidiram suspender as importações de combustível russo, enquanto a União Europeia aprovou um plano de redução de 30% da dependência do gás russo nos próximos oito anos. A Rússia fornece cerca de 40% da demanda de gás da Europa. 

A medida provocou um aumento recorde do valor do barril de petróleo, que chegou a US$ 130 na última semana. Nesta quarta, o barril era cotado a US$ 114, no início da tarde. Tanto a Agência Internacional de Energia, como a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) alertaram que as sanções provocariam a maior escassez da última década no mercado de petróleo. A Rússia é o maior exportador de gás e o terceiro maior exportador de petróleo do mundo. 

Mais tensões diplomáticas

Nesta quarta-feira, o embaixador russo na Polônia anunciou a expulsão de 45 diplomatas russos do país, que deverão abandonar Varsóvia nos próximos cinco dias por realizar atividades que não se ajustam à Convenção de Viena, indicava documento recebido pela diplomacia russa. 

O embaixador, Serguéi Andréev, afirmou que as acusações são “infundadas” e que os diplomatas realizavam trabalhos normais e atividades comerciais. A porta-voz da chancelaria polonesa, Lukasz Jasina, declarou que a decisão foi tomada em “coordenação com aliados”. María Zajárova, representante do ministério de Relações Exteriores da Rússia, declarou que todas as expulsões serão respondidas a altura. 

No dia 18 de março, a Bulgária declarou dez diplomatas russos como “pessoa não grata”, enquanto a Estônia e a Letônia anunciaram a expulsão de três funcionários russos do país. Por outro lado, o Ministério das Relações Exteriores de Belarús publicou um comunicado afirmando que um número não especificado de diplomatas ucranianos teria que sair dentro de 72 horas e que o consulado ucraniano na cidade de Brest seria fechado devido à falta de funcionários.

O conflito entre Rússia e Ucrânia já dura cinco semanas e pressionou o deslocamento de cerca de 10 milhões de ucranianos, sendo que 3,5 milhões estão refugiados em outros países, de acordo com as Nações Unidas.


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