Negociação política

Social-democratas buscam coalizão com verdes e liberais na Alemanha

Começam as conversas para a formação de um novo governo. Mesmo com o segundo lugar, bloco conservador busca se manter no poder

Pixabay
Pixabay
O candidato a primeiro-ministro Olaf Scholz afirmou que eleitores deixaram uma "mensagem" aos conservadores para irem à oposição. Mas eles irão de fato?

São Paulo – O candidato a primeiro-ministro Olaf Scholz, do Partido Social Democrata (SPD), ratificou nesta segunda-feira (27) sua disposição de formar uma coalizão com o Partido Verde e o Partido Liberal Democrático (FDP) para assumir o governo da Alemanha. Segundo ele, a União Democrata-Cristã (CDU) e a União Social-Cristã (CSU) não só “sofreram pesadas perdas, mas também receberam do eleitor a mensagem de que devem passar para a oposição”.

Scholz traçou paralelos com governos anteriores do SPD, referindo-se à coalizão social-liberal formada na década de 1970 e aos anos de governo verde-vermelho entre 1998 e 2005. “Formar uma coalizão social-ecológico-liberal agora, por assim dizer, tem fundamentos na história da atividade governamental na Alemanha” , apontou.

O SPD se tornou a principal força política do país, com 25,7% dos votos, o que representa um aumento de 5,2% em relação aos obtidos em 2017. Em seguida, vem o CDU/CSU, com 24,1%, enquanto o Partido Verde obteve o melhor resultado de sua história, com 14,8%, um aumento de 5,8 pontos em relação a 2017. Os liberais ficaram em quarto lugar, com 11,5%, 0,7 ponto a mais do que há quatro anos.

Líderes do Partido Liberal anunciaram que vão buscar um primeiro encontro com os líderes dos Verdes antes de entrar em negociações de coalizão.

Bloco conservador tenta se manter no poder

Mesmo com uma queda de 8,9 pontos em relação às últimas eleições e com o pior resultado de sua história, o bloco formado pela União Democrata-Cristã e União Social-Cristã vai tentar formar uma coalizão para permanecer no poder. Armin Laschet anunciou no domingo sua disposição de tentar liderar o próximo governo, para o qual planeja buscar uma aliança também com verdes e liberais. Ele afirmou que uma nova aliança governista era um “convite”, não uma “reivindicação”.

Pactos de coalizão são a norma na Alemanha. Depois de anos de alianças bipartidárias, o novo governo certamente precisará de três partidos, algo comum em parlamentos regionais, mas que não é visto em nível nacional desde a década de 1950.

Em tese, três coalizões podem ser formadas. Além das duas citadas por Scholz e Laschet, haveria uma possibilidade, remota, de se reeditar a “grande coalizão” entre social-democratas e conservadores.

Com informações de El Diario


Leia também


Últimas notícias