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Centro-esquerda lidera eleição na Alemanha e partido de Merkel tem pior resultado desde 1949

Social-democracia ganha 5 cinco pontos percentuais em relação a 2017. Direita recua de 33% para 24%. Verdes sobem de 9% para 15% e têm melhor desempenho da história

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São Paulo – O Partido da Social Democracia (SPD) deve terminar a eleição deste domingo com o maior número de cadeiras para o Parlamento da Alemanha, a Bundestag. Com projeções apontando para uma votação próxima dos 26%, o SPD pode passar a ocupar 206 das 735 cadeiras da Bundestag – atualmente ocupa 146. O resultado representa um avanço de 5 pontos percentuais em relação ao último pleito, de 2017, quando o SPD alcançou 20% dos votos. Ainda com maioria apertada, o partido de centro-esquerda sai na frente nas negociações com as demais legendas para indicação do novo primeiro-ministro para suceder Angela Merkel, há 16 anos no poder.

Em contrapartida, as projeções estimam votação próxima de 24% para a coligação de Merkel, de centro-direita, que reúne União Democrata-Cristã (CDU) e União Social-Cristã (CSU). Com isso, reduziria de 246 para 196 o número de cadeiras da coalizão no Bundestag. Desse modo, seria a primeira vez desde 1949 que o agrupamento ficaria com votação abaixo dos 30%.

Nova composição

Em terceiro lugar na eleição da Alemanha, o Partido Verde (Die Grünem) caminha para saltar de 67 para 118 cadeiras. Ou seja, de menos de 9% para 15%. A falta de respostas efetivas das forças políticas para as mudanças climáticas impulsionaram os Verdes. As recentes e devastadoras enchentes no país também influenciaram o melhor resultado dos ambientalistas na história. Desse modo, os Verdes se consolidam como terceira força política da Alemanha e terão peso importante na formação do novo governo.

Se até aqui o partido de Angela Merkel vinha liderando as negociações para composição do governo, agora os prognósticos se invertem. Os social-democratas tomam a dianteira para indicar Olaf Scholz ao posto de chanceler. Já os democratas-cristãos da atual premiê, que indicam Armin Laschet, entram em posição inferior. Por sua vez, o nome dos Verdes para a chancelaria, Annalena Baerbock, entra de forma contundente na composição do novo governo, que caminha para assumir maioria de centro-esquerda.