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TVT exibe série inédita com seis episódios sobre inovação na China

Antes de cada episódio, especialistas brasileiros explicam o crescimento desta nova potência global ainda desconhecida pela maioria da população brasileira

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Para professora Isabela Nogueira, sucesso da China tem a ver com modelo autônomo e nacional desenvolvimentista, essencialmente antiliberal, que rompe com todas as bases do neoliberalismo

São Paulo – A série de seis episódios Inovação China, exibida às segundas-feiras, às 21h30, na TVT, é uma oportunidade para atualizar os conhecimentos sobre temas como informação, novas formas de energia, indústria e manufatura, ciências da vida, exploração aeroespacial e oceânica e futuro. O primeiro episódio (que pode ser conferido ao final deste texto), foi exibido em 16 de agosto com o tema Tecnologia da Informação. Nesta segunda-feira (23), a partir das 21h30, o segundo episódio da série vai abordar um tema crucial para o planeta: Novas Formas de Energia.

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Antes de cada episódio, especialistas brasileiros explicam o crescimento da China, nova potência global desconhecida pela maioria da população brasileira. Nestes dois primeiros, a convidada é a professa de pós-graduação em Economia Política Internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Isabela Nogueira.

“Este segundo episódio é muito ilustrativo do lugar disso que a gente chama de ‘transição energética nesse novo mundo’ e como isso fecha muitas pontas dos desafios atuais do desenvolvimento da China”, diz a professora. Coordenadora do LabChina, da UFRJ, Isabela considera uma necessidade objetiva e concreta da China de mudar seu padrão energético. Por outro lado, ela observa que a China caminha para liderar em setores que ainda não são totalmente dominados por empresas norte-americanas, europeias e japonesas. “Ou seja, as tecnologias solares, eólicas, tecnologias que fazem parte disto que a gente chama de tecnologias verdes e que são absolutamente chaves para isso.”

Assista na TV ou aqui o 2º episódio (estreia às 21h30 desta segunda):


Laboratório de estudos

A professora Isabela Nogueira relata as grandes transformações que a China está passando neste momento. O episódio sobre tecnologia apresenta carros sem motoristas, cidades e trânsito inteligentes, big date e uso de satélites para aumentar a produtividade na agricultura. “Tudo isso é parte do que nós vamos chamar da quarta revolução industrial e que são os setores nos quais a China espera ter domínio.”

Quarenta anos atrás a China estava à beira da falência alimentar e hoje caminha para se emparelhar com as nações ricas. E, mais do que isso, “agora o ponto é liderar tecnologias disruptivas disso que chamamos de um paradigma tecnológico”.

Mas, afinal de contas, como o país asiático consegue dar este grande salto, o que está por detrás disto? “Em larga medida é um sistema de inovação arrojadíssimo, enorme e extraordinário. E também um modelo de desenvolvimento verdadeiramente autônomo e nacional desenvolvimentista. Logo, um modelo que rompe com todas as bases do neoliberalismo. Ou seja, eles não têm as finanças como um padrão sistemático de definição de administração da realização da riqueza e tem um papel absolutamente central no estado, na estrutura econômica”, explica Isabela.

China, Estado planejador

Segundo a coordenadora do LabChina, um primeiro ponto tem esta centralidade do Estado como planejador, interventor na atividade econômica. Desse modo, determina a taxa de crescimento e investimento nas inovações, os investimentos centrais para suas empresas estatais, os bancos estatais para controle de capital, políticas industriais de ciência e tecnologia, um sistema econômico que busca autonomia frente à hegemonia estadunidense efetivamente. “Em segundo lugar, forjado na bota do imperialismo, com esta memória viva do século de humilhação que marcou a China no final do século 19 e no começo do século 20, quem efetivamente devolve o orgulho de ser chinês e a capacidade de reconstrução nacional, de liderança nacional, é o partido comunista.”

A professora fala em sentido de civilização e na herança deste chamado “Império do Meio”. Aborda ainda os “2 mil anos civilizacionais”, com uma quantidade extraordinária de instituições e uma formação econômica social muito calcada nessa herança. “É neste contexto que a modernização e a inovação tecnológica se enquadram.”


Como será

Duração: 6 episódios de 53 minutos.
Quando: Toda segunda-feira, 21h30
Onde: TVT, canal digital aberto 44.1 (Grande São Paulo)

  • Episódios
  • 1 | Tecnologia da informação
  • 2 | Novas Forma de Energia
  • 3 | Indústria e Comércio
  • 4 | Ciências & Vida
  • 5 | Exploração aeroespacial e oceânica
  • 6 | Crescimento


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