Manipulação

EUA usaram robôs no Twitter em ‘operação’ de protestos em Cuba, diz chanceler

Ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou que ‘fantasia de surto social’ na ilha só aconteceu ‘nos servidores de empresas norte-americanas que protegem essas operações digitais’

Arquivo/EBC
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Chanceler cubano responsabiliza EUA pelo estrangulamento da Ilha

São Paulo – O chanceler Bruno Rodríguez acusou os Estados Unidos de aproveitar a pandemia para implementar uma “operação de comunicação em grande escala” para desestabilizar Cuba e reforçar protestos liderados por oposicionistas. A informação é do Opera Mundi.

“Os Estados Unidos identificaram o impacto do coronavírus e da pandemia como uma oportunidade para reforçar o bloqueio com motivações políticas e aplicar o que denominaram medidas de pressão máxima para reforçar a agressão contra nosso país”, disse Rodríguez.

O chanceler cubano avalia se tratar de “uma tentativa deliberada, cruel e oportunista de aproveitar uma pandemia para tentar estrangular” a economia nacional.

Estados Unidos e manipulações

Conforme o site, Rodríguez também acusou o governo dos Estados Unidos de fazer “uso imprudente e obsceno de mentiras, calúnias, manipulação de dados” com o objetivo “de mobilizar, convocar, incitar e manipular as pessoas”. E também de usar “ferramentas de alta tecnologia, poderosas e sofisticadas” para aproveitar as “duras condições sociais que a pandemia gerou no planeta”.

“Foram ‘desordens em escala muito limitada’, nas quais o governo dos Estados Unidos esteve ‘diretamente envolvido’, por meio de uma campanha na mídia, via Twitter, que contou com recursos multimilionários, laboratórios e plataformas tecnológicas instaladas no país norte-americano”, disse o chanceler sobre as manifestações do último domingo (11).


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Intervenção em Cuba

Por meio da campanha milionária, conforme o chanceler, juntamente com a “onda” de protestos foi feito um apelo para realizar uma “intervenção humanitária” em Cuba. O que, na opinião de Rodríguez, implica de fato pedir “uma intervenção militar dos Estados Unidos” na ilha.

Tal estratégia de rede teria utilizado as chamadas ‘fazendas de bots e bondes’ para disseminar em grande escala os supostos pedidos de socorro na ilha por meio das hashtags #SOSCuba e #SOSMatanzas.

Conforme o ministro das Relações Exteriores de Cuba, com isso foram possíveis milhares de réplicas de hashtags em menos de um minuto, para ajudar a criar a “fantasia de um surto social que não ocorreu em Cuba, “mas nos servidores de empresas norte-americanas que protegem essas operações digitais”.

Cuba decide?

Esta campanha, segundo destacou Rodríguez, foi uma “violação grosseira das políticas” aplicadas pelo Twitter. Nesse sentido, o chanceler destacou que essa rede social “é muito eficaz quando lhe é conveniente influenciar certas contas”. Porém, não bloqueou nenhuma das contas que divulgam informação falsa em grande escala.

“Advirto o Governo dos Estados Unidos que será responsável pelas consequências de persistir nesta política de estrangulamento”, disse o chanceler cubano.

Diretor do canal Prensa Alternativa, o jornalista peruano Juan Jose del Castilho, o EL J, mostra relação da ativista Rosa Maria Payá com políticos americanos. Segundo ele, Rosa Maria dirige a Fundação para a Democracia Panamericana, que comandou a organização dos protestos de domingo passado em Cuba. “Que interesses promove e a quem defende?”, questiona.

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