RESPONSABILIDADE

Argentina vive pior momento da pandemia e ‘fecha’ por nove dias

Presidente Alberto Fernández reforça medidas restritivas após o país registrar três dias seguidos com mais de 35 mil infectados; ajuda financeira aos confinados chega a R$ 1 bilhão

GRAPHICAL BRAIN / Pixabay
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País já passou da casa de 3,5 milhões de infectados pelo coronavírus

São Paulo – O presidente Alberto Fernández anunciou nesta sexta-feira (21) o endurecimento das medidas restritivas na Argentina. Elas começam já no sábado (22) e vão até 30 de maio, valendo para todas as regiões que estão em estado crítico por conta da pandemia da covid-19, o que inclui a capital Buenos Aires. O país registrou mais de 35 mil infectados nos últimos três dias, elevando o total para quase 3,5 milhões, com pouco mais de 72 mil mortes.

Nos nove dias de restrições ficam suspensas todas as atividades presenciais sociais, econômicas, escolares, religiosas e esportivas. Está liberado apenas o funcionamento de serviços essenciais e de estabelecimentos que façam entregas em domicílio. A circulação de pessoas fica limitada aos trabalhadores dos serviços essenciais. A população em geral poderá circular apenas pelos arredores de onde moram, entre 6h e 18h, ou por razões justificadas com autorização prévia. Além da cidade de Buenos Aires, vários governos provinciais declararam que vão aderir às medidas.

“Estamos vivendo o pior momento desde que a pandemia começou”, disse Fernández em pronunciamento realizado em rede nacional (veja íntegra abaixo). Baseando-se em “todos os dados científicos”, afirmou que a situação na Argentina é “gravíssima”. “Estamos tendo a maior quantidade de casos e de falecidos. Um recorde. Não podemos naturalizar a tragédia. Temos que assumir a gravidade deste momento.”

Entre os dias 31 de maio e 11 de junho haverá um arrefecimento das medidas restritivas na Argentina, voltando ao que estava em vigor até o dia 21, exceto pelo final de semana (5 e 6), quando será adotado o formato mais restritivo. “Peço a vocês que não aceitem que essa realidade que devemos superar seja negada. Cada contágio e cada morte deve pesar e nos mover”, acrescentou o presidente da Argentina.

Apoio financeiro

Para que as pessoas possam ficar em casa neste período e ajudar na redução das infecções, o governo argentino vai liberar 18 bilhões de pesos, cerca de R$ 1 bilhão, por meio de um cartão alimentar. Paralelamente, foi estabelecido um aumento no valor do salário complementar para trabalhadores de setores críticos e da saúde. Passa de 18 mil para 22 mil pesos, ou de aproximadamente R$ 1 mil para cerca de R$ 1.240. Há, ainda, medidas para incentivar o desenvolvimento econômico, como a expansão do Programa de Recuperação Produtiva, dirigido a setores afetados pelo confinamento, da ordem de 52 bilhões de pesos, quase R$ 3 bilhões.

Pronunciamento de Alberto Fernández

*com informações de Página12 e BBC Brasil


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