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Eleição de Biden levará pressão à agenda de Bolsonaro, diz especialista

Em debate, democrata já disse que Trump é conivente com devastação ambiental no Brasil

gage skidmore/flickr
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Nesta quinta-feira (15), uma pesquisa feita pela WSJ e NBC coloca o ex-vice-presidente Joe Biden com 11 pontos percentuais à frente de Donald Trump na disputa pela Presidência dos Estados Unidos

São Paulo – O líder das pesquisas eleitorais para a Presidência dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, poderá ser uma pedra no sapato de Jair Bolsonaro. O professor Leonardo Avritzer, do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), acredita que, caso seja eleito, Biden colocará pressão sobre a agenda ambiental do Brasil.

Apesar de Bolsonaro tentar se aproximar do atual presidente Donald Trump, o especialista lembra que o país não é considerado um parceiro em condições iguais. “Com Trump, os Estados Unidos negaram apoio à candidatura brasileira na OCDE, introduziram a proteção econômica sobre a exportação de aço. Porém, as relações de Bolsonaro e Biden serão ainda piores, pautadas nas críticas aos problemas no meio ambiente e direitos humanos no Brasil”, avalia Avritzer.

À Rádio Brasil Atual, a pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos Neusa Bodijkian já afirmou que o Brasil não terá vida fácil, nos próximos anos, independentemente de quem vença as eleições estadunidenses, marcadas para ocorrer em 3 de novembro.

Ela avalia que o alinhamento do presidente Bolsonaro com Trump, em sua eventual reeleição, não deve trazer benefícios comerciais ao Brasil. Por outro lado, com uma possível vitória do democrata, a guerra comercial dos Estados Unidos contra a China tende a arrefecer. Com isso, os produtos agrícolas do Brasil perderiam espaço no mercado dos EUA.

Corrida norte-americana

Nesta quinta-feira (15), uma pesquisa feita pela WSJ e NBC foi publicada. O ex-vice-presidente Joe Biden aparece com 11 pontos percentuais à frente de Donald Trump na disputa pela Presidência dos Estados Unidos. O democrata tem 53% das intenções de voto, contra 42% do republicano.

A 18 dias das eleições, a serem realizadas em 3 de novembro, mais de 17 milhões de eleitores já votaram antecipadamente pelo correio. Para o professor da UFMG, Trump está fragilizado na corrida eleitoral, por conta da falta de ação para combater a pandemia de covid-19.

“A pandemia é central na questão eleitoral, pelo impacto dela no país que tem 7 milhões de contaminados pela covid-19, mas não é única questão. O imposto de renda de Trump também terá um peso relevante, assim como a inflexão conservadora da Suprema Corte, que pode ter impacto por décadas”, acrescentou Avritzer.


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