Reação

Jogadores de beisebol aderem ao boicote contra racismo policial nos EUA

Sete partidas, marcadas para a última quinta-feira (17), foram alvo de protestos de atletas

INSTAGRAM/@METS
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Jogadores dos Mets entraram todos em campo em silêncio e, após 42 segundos, foram embora. Racismo policial nos EUA se repete e causa indignação e repúdio cada vez maiores

São Paulo – Jogadores da Major League Baseball (MLB), principal liga do mais popular esporte dos Estados Unidos, aderiram ao boicote contra o racismo policial no país. Sete partidas previstas para a última quinta-feira (17), foram marcadas por protestos indignados dos jogadores A decisão foi tomada após o caso de Jacob Blake, homem negro baleado pelas costas sete vezes por um policial branco do estado de Wisconsin, no domingo (23).

O boicote do beisebol americano começou na quarta-feira (26). O jogador do Seattle Mariners, Dee Gordon, defende a paralisação no torneio. “Para mim e para muitos dos meus colegas de equipe, as injustiças, a violência, as mortes e o racismo sistêmico são profundamente pessoais. Isso impacta não apenas na minha comunidade, mas diretamente na minha família e meus amigos. Em vez de nos assistirem, nós esperamos que as pessoas pensem em coisas mais importantes que os esportes”, disse.

Boicote no esporte

As reações a mais um episódio de racismo pela polícia americana começou pela NBA, principal liga mundial de basquete masculino, na última quarta. O jogo entre Milwaukee Bucks e Orlando Magic, foi cancelado pelos próprios atletas, que se recusaram a disputar a partida.

Os jogadores, porém, decidiram retomar a disputa do campeonato. Eles chegaram à conclusão de transformar a volta da competição em plataforma de discussão sobre o racismo. Mais atos estão sendo planejados pelos atletas.

Os jogadores da NBA estão engajados na luta antirracista nos Estados Unidos, intensificadas desde a morte de George Floyd, brutalmente assassinado por um policial, em março. Alguns se negaram até a jogar a reta final do campeonato, como o armador Kyrie Irving, do Brooklyn Nets.

Protestos pelo país

Desde os tiros contra Blake, em Kenosha, no Wisconsin, protestos pedem punição aos policiais e fim da violência contra os negros. Alguns dos atos são extremamente violentos. Os manifestantes enfrentam grupos de “contraprotesto” armados. Na quarta-feira, um jovem branco, de 17 anos, matou duas pessoas a tiros. Ele foi preso.

Os manifestantes se concentram em frente ao Tribunal do Condado de Kenosha. Os relatos da imprensa norte-americana é de confronto com policiais locais, que jogam bombas de gás lacrimogêneo contra o grupo.

De acordo com o New York Times, o Departamento de Justiça americano anunciou, também na quarta, uma investigação sobre a tentativa de assassinato de Jacob Blake.

Edição: Fábio M. Michel