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Cuba antecipa pico da transmissão e muda rumo da pandemia na ilha

Governo cubano investe em testes, isola contaminados assintomáticos e busca doentes de casa em casa. Tudo isso sem abrir mão do isolamento

Arquivo/EBC
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Chanceler cubano responsabiliza EUA pelo estrangulamento da Ilha

São Paulo – Com cerca de 11,5 milhões de habitantes, Cuba tinha até esta quarta-feira (29) 1.467 casos do novo coronavírus e 58 mortes causadas pela covid-19. Uma das menores taxas entre os países das Américas. Entre os dias 20 e 29 de abril foram registrados 380 novos casos, dos quais 222 assintomáticos.

A estratégia de combate adotada pelo governo cubano é fazer o máximo possível de testes e voltar as atenções para aqueles que testaram positivo, principalmente os assintomáticos. Embora não manifestem os sintomas, seguem espalhando o vírus e infectando outras pessoas.

Pacientes infectados com o novo coronavírus são isolados, bem como identificadas as pessoas que estiveram com eles nos últimos 14 dias. Como essas pessoas também podem estar infectadas, são testadas e também isoladas independente de apresentarem os sinais da doença.

Aqueles que apresentam sintomas são tratados de imediato como se estivessem doentes de covid-19, até que seja confirmada.

O tratamento inclui o antiviral Interferón Alfa 2B, que repõe as defesas humanas, usado pela China como uma das opções de combate ao vírus. A droga não evita o contágio, mas melhoraram a evolução dos pacientes, segundo o evoluem “um pouco melhor”, segundo o diretor de epidemiologia do Ministério da Saúde de Cuba, Francisco Durán.

Outra estratégia é o uso do plasma de pacientes que tiveram covid-10 e se recuperaram. “O impacto de seu uso já é evidente em pacientes beneficiados”, afirmou o diretor à Agência France-Presse. A cloroquina e a azitromicina também constam de seu protocolo, dependendo de cada caso.

Há casos do novo coronavírus em 104 dos 168 municípios de Cuba. Para evitar o descontrole estão sendo monitorados 39 surtos de transmissão local. Estudantes de medicina fazem uma varredura em todos os cantos do país em busca de possíveis casos desde meados de março.

Para Luis Armando Wong, diretor de saúde da província de Mayabeque, vizinha a Havana, essa pesquisa garante o sucesso do controle à infecção. “Até o momento, não precisamos lamentar pacientes mortos e é justamente porque os identificamos a tempo na pesquisa e foram tratados a tempo”, acrescentou.

Todas essas medidas, porém, não dispensaram o isolamento social. E o conjunto permitiu a Cuba adiantar o pico da curva de contágio do coronavírus para a próxima semana. E se tudo der certo, com um máximo de 2.500 casos.

Mas o governo não desconsidera um cenário crítico, com um pico de 4.500 casos porque “pode haver um grupo de casos (principalmente os assintomáticos) que ainda não foram identificados”.


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