Sem 'acordo do século'

Palestinos rejeitam plano dos Estados Unidos para o Oriente Médio

Proposta apresentada pelo presidente Donald Trump estabelece a capital do Estado Palestino em uma cidade ao lado de Jerusalém, "capital indivisível" de Israel, segundo o texto

Serviço de Imprensa do Presidente da Rússia
Serviço de Imprensa do Presidente da Rússia
Mahmoud Abbas pretende falar na apresentação do plano de Trump na ONU

São Paulo – O presidente da Autoridade Nacional Palestina Mahmoud Abbas anunciou nesta quinta-feira (30) que irá ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), daqui a duas semanas, falar sobre a rejeição ao plano para o Oriente Médio apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Na ocasião, a proposta do presidente estadunidense deve ser apresentada como projeto de resolução ao Conselho. Trump revelou seu plano para resolver o conflito israelo-palestino, que chamou de “acordo do século”, na terça-feira (28), ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

O plano descreve Jerusalém como a “capital indivisível” de Israel, prometendo uma nova capital de um Estado palestino nos arredores de Jerusalém oriental. Pela proposta, os israelenses mantêm o controle sobre os assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada e no Vale do Jordão.

Abu Dis, que faz parte da província de Jerusalém mas fica fora dos limites municipais da cidade, seria a capital palestina. Sua população de cerca de 20 mil habitantes é separada da Cidade Velha pelo muro de separação ilegal de oito metros de altura construído por Israel e isolada das áreas vizinhas por grandes assentamentos israelenses, também ilegais.

O plano de Trump de criar uma nova capital palestina em Abu Dis remonta aos anos 1990, quando o subúrbio foi proposto como uma nova base para o parlamento palestino. No entanto, o prédio nunca foi aberto, o que, para o historiador especializado em Jerusalém, Jamal Amro, evidencia a forte rejeição dos palestinos à ideia.

As propostas de mudar o parlamento da Autoridade Palestina para Abu Dis falharam porque o subúrbio é insignificante e isolado de Jerusalém pelo muro de separação e isolado de outras áreas por assentamentos de todos os lados”, aponta Amro ao site Al Jazeera.

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