Senado dos EUA recebe processo de impeachment de Trump
Julgamento contra o presidente norte-americano deve começar na terça-feira (21); Trump é acusado por abuso de poder e obstrução do Congresso
Publicado 16/01/2020 - 18h33
Opera Mundi – O Senado dos Estados Unidos recebeu nesta quinta-feira (16) o processo de impeachment contra o presidente norte-americano, Donald Trump, e adotou as medidas formais para avaliar o processo no qual o mandatário é acusado por abuso de poder e obstrução do Congresso.
Na quarta-feira (15), a Câmara de Representantes do país, de maioria democrata, aprovou o pedido de impeachment por 228 votos a favor e 193 contra e enviou o processo ao Senado, que iniciou os ritos para a realização do julgamento que pode tirar Trump do poder. O julgamento político pelos senadores deve começar no próximo dia 21 de janeiro.
Durante a cerimônia, os 100 senadores norte-americanos, encarregados de julgar o pedido de afastamento do presidente dos EUA, prestaram juramento diante do presidente da Suprema Corte, John Roberts.
O presidente do comitê de Inteligência e Justiça, Adam Schiff, foi o responsável pela abertura da fase processual do caso, que foi iniciada com a leitura dos termos pelo deputado.
Ainda na quarta-feira, a líder democrata da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, assinou a ata de acusação durante cerimônia solene. “Hoje entramos na história. Este presidente precisa assumir sua responsabilidade”, afirmou, ressaltando que “ninguém está acima da lei”.
Mais cedo, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou o envio de duas acusações contra o republicano ao Senado e que foi chancelada uma resolução que nomeia sete congressistas para o time de acusação.
A expectativa é de que o processo não dure mais de duas semanas e termine antes do início das primárias democratas, que começam em 3 de fevereiro, mas não há um prazo máximo definido.
Acusação
Trump é acusado de ter pressionado o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a anunciar uma investigação contra Joe Biden, pré-candidato à Casa Branca e cujo filho, Hunter, foi conselheiro de uma empresa ucraniana de gás, a Burisma.
Para alcançar seu objetivo, o magnata teria congelado uma ajuda militar de quase US$ 400 milhões a Kiev. Em um telefonema em 25 de julho, Trump pediu para Zelensky investigar os Biden, mas não mencionou a ajuda militar, que estava bloqueada na época.
Trump também é acusado de obstrução do Congresso por ter instruído membros do governo a não colaborarem com o inquérito na Câmara. A Constituição dos EUA estabelece que um presidente pode ser removido do cargo por “traição, propina ou outros crimes e contravenções graves”.
(*) Com Ansa.