Luta pela verdade

As razões do povo colombiano para se levantar contra o neoliberalismo

Enquanto muitos usam fake news, culpam a Venezuela ou o Foro de São Paulo, problemas mais profundos são escondidos

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"Veja como o PIB cresce, parece um foguete! Como vai haver descontentamento? Aí tem coisa", provoca Inna

São Paulo – “Protestos na Colômbia? Que estranho! Veja como o PIB cresce, parece um foguete! Como vai haver descontentamento? Aí tem coisa”, provoca a jornalista Inna Afinogenova, do canal Ahí les Vá, do RT em Espanhol. Desde 1977 a Colômbia não vive um levante popular como o de hoje. Mas como um país com bons indicadores econômicos pode enfrentar um colapso social? O problema é que o povo não se alimenta de números do PIB, nem de índices de bolsas de valores.

O estranhamento começa, de acordo com a argumentação clara de Inna, com os problemas da mídia comercial do país. “Grandes meios de comunicação nos acostumaram a tantas notícias sobre o conflito armado e tão poucas sobre a realidade social que muitos acabaram acreditando que a atividade de guerrilha era não só o principal, mas o único problema da Colômbia”, afirma. Eles estavam errados.

As manifestações e greves na Colômbia começaram contra reformas neoliberais do governo, como as que Jair Bolsonaro vem promovendo no Brasil. Reforma na Previdência em benefício de um sistema privado, redução de direitos trabalhistas, redução de impostos para grandes empresas. A cartilha seguida pelo governo brasileiro também foi aplicada pelo governo de Iván Duque, presidente colombiano. É possível observar o mesmo cenário no Chile.

Aos fatos

A Colômbia é o segundo país mais desigual do continente, com sérios problemas na distribuição de renda e riqueza. “Desde 1992 não houve qualquer política neste sentido, apesar do PIB em constante crescimento. Os 10% da população mais rica possuem quatro vezes mais riqueza que os 40% da mais pobre. Em uma nação com mais de 2 milhões de analfabetos, apenas 44% das crianças terminam o ensino médio e só a metade ingressa na universidade. Um país aonde 98% do dinheiro destinado à educação superior termina nas mãos de empresas privadas”, aponta a jornalista.

Diante destes e outros problemas sociais, estranham as mobilizações. E culpam quem? A esquerda, a Venezuela, Cuba, o Foro de São Paulo… Enfim, uma história conhecida pelos brasileiros.


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