Eleições

Psoe deve buscar coalizão à esquerda para governar na Espanha

Socialistas rejeitam possibilidade de aliança com o PP, de centro-direita, e vão buscar apoio do Unidas Podemos, Más País e legendas minoritárias

Dilvugação PSOE
Dilvugação PSOE
Presidente em exercício e líder do PSOE Pedro Sánchez vota neste domingo

São Paulo – O Psoe, liderado por Pedro Sánchez, foi o partido que obteve o maior número de cadeiras no Parlamento nas eleições na Espanha deste domingo (10). No entanto, esteve longe de conseguir a maioria absoluta e terá de compor com outras legendas para conseguir a formação de um governo.

Em relação às eleições legislativas disputadas em abril, os socialistas ficaram com três cadeiras a menos, tendo perdido 800 mil votos e chegado a 120 deputados. O PP, segundo colocado, conquistou 88 assentos e a grande novidade do pleito foi a ascensão do Vox, de extrema-direita, que se tornou a terceira força política do Legislativo, com 52 parlamentares, 28 a mais do que em abril.

O grande derrotado das eleições foi o partido Cidadãos, representante da centro-direita liberal. A legenda passou de 57 para 10 deputados, o que provocou a saída de Alberto Rivera, seu único presidente desde a fundação da legenda em 2006, não só do comando como também da vida política.

O Unidas Podemos elegeu 35 deputados, sete a menos do que havia conquistado no último pleito, e sua dissidência, o Mais País, fundado por Íñigo Errejón, obteve três cadeiras no Parlamento. Curiosamente, somadas as duas agremiações tiveram 34,5 mil votos a mais que o Vox, mas como o sistema eleitoral espanhol tem uma fórmula que favorece partidos que acumulam um grande número de votos em uma determinada circunscrição, a formação de extrema-direita se saiu melhor.

Formação do novo governo

Pedro Sánchez, no poder de forma interina desde abril, já que não houve possibilidade de se formar um novo governo na Espanha, anunciou que vai buscar um “governo progressista liderado pelo Psoe”. Para tanto, ele apelou a “todas as partes” para tentar “desbloquear a situação”. “Meu compromisso é que desta vez sim, sim ou sim, teremos um governo progressista.”

Para cumprir seu compromisso, ele precisa não apenas do Podemos de Pablo Iglesias como também de legendas menores e da abstenção dos independentistas, além da boa vontade do Cidadãos.

A prefeita de Barcelona e uma das das mais importantes figuras políticas do país, Ada Colau, alertou: “Ou as esquerdas fazem uma frente ampla ou todos nós vamos à merda”. No Twitter, ela disse que “nenhuma pessoa democrática e progressista pode ser feliz” com o resultado pois “a extrema-direita avança devido à incapacidade da esquerda”.

O diretor do site El Diario falou sobre as dificuldades que a esquerda terá para fazer a frente pedida por Colau. “Voltamos, portanto, ao mesmo cenário há alguns meses: uma negociação entre Pedro Sánchez e Pablo Iglesias que pode ser tão frustrante quanto tem sido até hoje. Porque o PSOE parece mais forte e insistirá em um governo solitário. E não parece que Pablo Iglesias pretenda dar o braço a torcer.”

“Ambos têm uma responsabilidade histórica pela frente: impedir que a extrema-direita tenha uma terceira chance”, destaca. “A paciência dos eleitores tem um limite. Sanchez tem de se sentar para negociar com Iglesias, deixar para trás as acusações e concordar, o quanto antes, com uma investidura e um governo. Ninguém vai entender caso eles desperdicem essa segunda chance.”

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