golpe contra Evo

Movimentos convocam resistência ao golpe na Bolívia e enfrentam violência de polícia e milícias

Repressão já faz feridos, inclusive crianças, em El Alto, polo de resistência de apoiadores de Evo Morales. México cobra OEA. Argentinos vão às ruas por Evo

reprodução/Telesur
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Manifestantes se levantam contra o golpe de Estado na Bolívia, que depôs o presidente Evo Morales

São Paulo – Pelo menos 13 pessoas ficaram feridas durante violenta repressão da polícia contra manifestantes que se opõem ao golpe de Estado na Bolívia. Apoiadores de Evo Morales foram atacados pelas forças de segurança na região de El Alto, a 20 quilômetros de La Paz. A polícia utilizou cassetetes, bombas de efeito moral e balas de borracha, mas há relatos do uso de armas de fogo contra a população. Uma criança foi ferida por arma de fogo e levada às pressas a um hospital da região.

Desde a madrugada, o Exército boliviano está nas ruas procurando e prendendo qualquer pessoa suspeita de ser opositora ao golpe de Estado. Milícias violentas a serviço do golpe também atuam fortemente na repressão e na perseguição.

O líder dos conselhos de bairro da cidade de La Paz, Jesús Vera, foi preso hoje pela polícia. “Após o primeiro dia do golpe cívico-político-policial, a polícia amotinada reprime com balas para causar mortes e feridos em El Alto. Minha solidariedade com as vítimas inocentes, incluindo uma garota, e ao povo heróico defensor da democracia”, manifestou-se Evo, pelas redes sociais.

O governo do México solicitou reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA). A organização teve forte influência para a formação do ambiente de conflito ao deslegitimar o resultado das urnas. Mas não se manifestou contra o clima de violência e terror que forçou a renúncia de Evo Morales nem interveio para que as forças golpistas fizesses  gestos em direção à pacificação.

O ministro das Relações Exteriores da Bolívia, Marcelo Ebrad, questionou a falta de ações da OEA mesmo quando houve uma convocação para novas eleições por Evo, com objetivo de evitar uma guerra civil. “Merece acompanhamento, atenção e haverá propostas como a que exortou a OEA a convocar urgentemente uma reunião e realmente definir uma posição. Não ao silêncio”, afirmou.

Na Argentina, centenas de manifestantes foram até a embaixada da Bolívia se manifestar contra o golpe, portando bandeiras Wiphala, que representa os povos tradicionais da Bolívia, para demonstrar solidariedade ao presidente deposto. “A mão negra dos Estados Unidos está por trás desse golpe de Estado. Eles não querem que a Bolívia seja um exemplo para os países vizinhos”, disse um manifestante não identificado, durante uma assembleia.

A Aliança Bolivariana para os Povos da América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) rechaçou o golpe na Bolívia e a violência dos grupos de direita. “Os países da ALBA-TCP reiteram sua forte condenação ao golpe de estado, reafirmam seu apoio irrestrito e solidariedade ao governo constitucional do presidente Evo Morales Ayma e instam a comunidade internacional a rejeitar o golpe de Estado e exigir garantia de segurança do Presidente Evo Morales e outras autoridades. Grupos violentos ameaçaram e atacaram a segurança física das autoridades bolivianas eleitas democraticamente e de suas famílias para forçar a renúncia do presidente”, disse a entidade, em nota.


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