Desenvolvimento

Nobel de Economia vai para estudos de combate à pobreza

Especialistas dividiram questões da pobreza em problemas menores e mais específicos. Franco-americana Esther Duflo é a segunda mulher e a mais jovem a receber a honraria

Academia de Ciências da Suécia
Academia de Ciências da Suécia
Esther Duflo espera que o prêmio sirva para que os homens respeitem o trabalho das mulheres

São Paulo – A franco-americana Esther Duflo, o estadunidense nascido na Índia Abhijit Banerjee e o também norte-americano Michael Kremer receberam o Prêmio Nobel de Economia nesta segunda-feira (14) por estudos relacionados à redução da pobreza. Kremer é professor da Universidade de Harvard. Esther e Banerjee são casados e lecionam no Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT). Ela é a segunda mulher a receber o prêmio em seus 50 anos de história e, aos 46 anos, é também a mais jovem.

Segundo a Academia Real de Ciências da Suécia, responsável pelo prêmio, os estudos dos três, que dominam a chamada “economia do desenvolvimento”, na prática, serviram em ações bem-sucedidas ao dividirem os problemas relacionados à pobreza em questões mais precisas e específicas nas áreas de educação e saúde, por exemplo. Eles introduziram uma nova forma de dar respostas factíveis, fazendo perguntas sobre questões concretas, que podem ser respondidas com experimentos de campo.

“Como resultado direto de um dos seus estudos, mais de cinco milhões de crianças indianas se beneficiaram de programas eficazes de aulas de reforço na escola”, citou a organização do Nobel. “Outro exemplo são os pesados subsídios para a prevenção e cuidados de saúde que foram introduzidos em muitos países. Em suma, envolve a divisão da questão da pobreza em questões menores, mais fáceis de gerir – por exemplo, intervenções mais eficazes para melhorar os resultados educativos ou a saúde infantil”, disse a Academia.

“Precisamos mostrar para os jovens que a economia é relevante para os problemas que os afetam”, afirmou a ganhadora do Nobel de Economia. Em entrevista à academia sueca, Esther disse que chegou o momento de reconhecer que o meio econômico não é um ambiente receptível às mulheres. Ela espera que o prêmio ao reconhecimento à sua atuação estimule “muitas e muitas outras mulheres a continuarem trabalhando, e que os homens respeitem esse trabalho”.

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