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EUA querem destruir Venezuela simbolicamente, diz especialista

Após eleição de Chávez, em 1997, venezuelanos tornaram-se um importante referencial para a ascensão da esquerda na América Latina

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Jornalista acrescentou também que na Venezuela, setores da direita não conseguiram aplicar o lawfare, como foi feito no Brasil

São Paulo – O ataque norte-americano contra a Venezuela é também contra a ascensão da esquerda na América Latina. Na avaliação do jornalista e analista político Amauri Chamorro, isso se dá pelo papel histórico desempenhado pelo país no início do século, quando governos de cunho neoliberal eram maioria na região.

Chamorro lembra que, após a eleição do ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez, em 1997, diversas lideranças da esquerda chegaram ao poder no mundo. “Os EUA têm a necessidade de destruir a Venezuelaporque ela foi referência e viabilizou que a esquerda chegasse na presidência em diversos países da América Latina. Depois de Chávez ser eleito, veio Lula (Brasil), Néstor Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai), entre outros”, afirmou, em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria na Rádio Brasil Atual.

Ele lembra também do bloqueio econômico norte-americano, um dos principais vilões da crise econômica e política da Venezuela e responsável em grande medida pelo problema de abastecimento e da hiperinflação na economia local.

“Claro que há um interesse econômico, porém, há um interesse em destruir a Venezuela porque ela foi um referente simbólico dos grandes processos de esquerda no mundo, incluindo Europa, Podemos, Sypras na Grécia, Jeremy Corbyn na Inglaterra, há uma influência. Você precisa matar simbolicamente a Venezuela, transformá-la em um desastre e mostrar: ‘olha, isso aí é o socialismo, é isso que você quer?'”, apontou.

O jornalista acrescentou também que na Venezuela, setores da direita não conseguiram aplicar o lawfare, como foi feito no Brasil e em outros países. “A única medida que eles poderiam tomar é por via militar”, disse.

Na última terça-feira (30), o autoproclamado presidente Juan Guaidó tentou aplicar um golpe de Estado, convocando o povo para as ruas, mas se viu derrotado. Apesar disso, ele afirma ter apoio do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin).

Uma dos fatos que o faz acreditar ter esse apoio foi a libertação do opositor Leopoldo Lopez. Entretanto, Amauri Chamorro desmente Guaidó. “O Leopoldo só saiu porque eles compraram parte dos soldados que faziam a segurança. Os agentes do Sebin não estão com ele, não há generais ou alguém da cúpula em defesa de Guaidó”, explicou.

 

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