América Latina e Caribe

Políticas sociais são fundamentais para combater a desigualdade, diz Cepal

Segundo a entidade, região tem 184 milhões de pessoas na pobreza e 62 milhões na extrema pobreza – 10,2% da população, maior índice em 10 anos

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Alicia, da Cepal, chama a atenção para o contexto econômico ‘incerto’, mas destaca que o gasto social tem crescido na região

São Paulo – Em um contexto econômico “incerto”, com crescimento fraco e aumento do desemprego, as políticas de inclusão e o sistema de proteção social são fundamentais para erradicar a pobreza e reduzir a desigualdade, afirma a secretária-executiva da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena. A entidade divulgou nesta terça-feira (15), em Santiago, o Panorama Social da América Latina, relatório anual sobre a região, mostrando tendência de alta da pobreza extrema, mas melhor participação do gasto social no total das despesas públicas dos países da região.

A estimativa é de que em 2017 havia 184 milhões de pessoas em situação de pobreza na América Latina e Caribe (30,2% da população), sendo 62 milhões na pobreza extrema, 10,2% (ante 9,9% no ano anterior), maior percentual em 10 anos. Segundo a Cepal, as projeções para 2018 indicam que esses números deverão variar para 182 milhões e 63 milhões, respectivamente.

O documento aponta ainda para “elevados níveis de informalidade”, com pelo menos um terço de trabalhadores por conta própria (dados de 2016). Dos ocupados, menos da metade (48,1%) contribuíam para algum sistema previdenciário. “Esse é um tema de futuro”, observou Alicia.

Segundo ela, o gasto social “manteve sua importância” em relação ao gasto total, ainda que menos que nos países desenvolvidos e insuficiente para as necessidades da região. A participação das despesas sociais no Produto Interno Bruto (PIB) vem subindo e atingiu 11,2% no ano passado, sendo 12,8% na América do Sul e 15,1% no Brasil. “Há um esforço dos países de dedicar uma parte importante do gasto público (as áreas sociais)”, diz a secretária-executiva.

Ainda de acordo com o relatório da Cepal, 42% dos trabalhadores recebiam menos que os salários mínimos de seus países. Esse percentual subia para 48,7% entre mulheres, 55,9% no caso dos jovens e, principalmente, 60,3% para as mulheres jovens.

O desafio, diz a Comissão, é implementar políticas com foco na igualdade e na defesa de direitos, considerando as mudanças na estrutura produtiva da região, a fim de garantir um desenvolvimento sustentável.

 

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