'contra a desordem'

Greve na Argentina paralisou o país contra Macri e o FMI

Trabalhadores querem reajuste salarial frente ao crescimento da inflação, além de mudanças na política econômica do governo, que pretende fazer cortes orçamentários para atender às exigências do Fundo

Reprodução/Página 12

Adesão dos trabalhadores dos transportes públicos garantiu êxito da greve de 24 horas na Argentina

São Paulo – A greve geral de 24 horas convocada pelas principais centrais sindicais e movimentos sociais da Argentina nesta segunda-feira (25) contra as medidas de ajuste do governo Maurício Macri e o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) teve “altíssimo nível de adesão”, segundo as lideranças. De acordo com a Confederação Geral do Trabalho (CGT), a adesão de trabalhadores do sistema de transporte público, que cruzaram os braços, garantiu que as ruas das principais cidades ficassem quase completamente vazias ao longo do dia. Bancos, escolas, postos de gasolina e repartições públicas também tiveram suas atividades paralisadas. 

Segundo o secretário-geral da CGT, Juan Carlos Schmid, foi “uma greve para poder seguir trabalhando”, a terceira contra Macri em pouco mais de seis meses. Os representantes dos trabalhadores também afirmaram que a paralisação foi uma “exigência social”, causada pela política econômica do governo, com alcance para além dos círculos sindicais. “As pessoas se manifestaram contra a desordem econômica provocada pelo governo”, disse o dirigente.

Os trabalhadores protestaram contra a inflação elevada, os reajustes das tarifas públicas de serviços. como água, luz e gás, e contra o acordo de US$ 50 bilhões com o FMI para socorrer as contas do governo argentino e tentar conter a desvalorização da moeda. O governo Macri pretende cortar investimentos públicos – medida que deve prejudicar os mais pobres em especial – para tentar zerar o déficit no orçamento. A paralisação também marca a luta dos sindicatos por reajustes dos salários das principais categorias, frente à inflação, que alcança até 27% em 12 meses.

Os sindicatos afirmam que essa greve geral foi o ponto de partida de uma escalada de protestos. Macri afirmou que o seu governo “é o que mais faz pelos trabalhadores”. Já o ministro do Interior, Rogelio Frigerio, classificou a paralisação como “política”.

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