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Cuba faz eleições com presença de quase 80% dos cubanos aptos a votar

Mais cotado para assumir a presidência é o atual vice-presidente, Miguel Díaz-Canel Bermúdez

Fania Rodrigues/Brasil de Fato

O voto, livre e secreto, foi exercido em 24.470 colégios eleitorais

São Paulo – Neste domingo (11), a população de Cuba foi às urnas para eleger os representantes da Assembleia Nacional do Poder Popular e as Assembleias Provinciais – que irão escolher o novo presidente do país, em abril. De acordo com a Comissão Eleitoral Nacional (CEN), 7 milhões de pessoas (78% dos cubanos habilitados a votar) participaram do pleito.

Mais de 8 milhões de cubanos haviam sido convocados para eleger os 605 deputados do Parlamento e os 1.265 delegados das 15 Assembleias Provinciais do Poder Popular. O voto foi exercido em 24.470 colégios eleitorais.

Diferente de eleições em outros países, os candidatos cubanos não podem fazer propaganda eleitoral. No centro de votação, um cartaz informa quais são os candidatos e a biografia de cada um deles. 

Mesmo que as eleições ocorram de maneira discreta, a dona de casa Mercedes Cabrera Rodriguez contou que saiu cedo de casa para exercer seu direito ao voto. “Nosso voto hoje é importante. Vamos escolher os dirigentes que terão a tarefa de melhorar todas as coisas boas que temos em Cuba, como o estudo gratuito, saúde pública, proteção social para os aposentados e muitas outras coisas”, disse ao Brasil de Fato.

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O presidente Raúl Castro votou pela manhã na província de Santiago de Cuba, onde também é candidato a deputado da Assembleia Nacional. Castro anunciou, em dezembro, que não vai mais se candidatar à presidência do Conselho de Estado, mas pretende continuar no parlamento do país e na direção do Partido Comunista Cubano.

Os representantes eleitos neste domingo assumem seus cargos em 19 de abril. O mais cotado para assumir o posto presidencial é o atual vice, Miguel Díaz-Canel Bermúdez. Aos 57 anos, ele seria o primeiro dirigente cubano, nascido depois do triunfo da revolução de janeiro de 1959 a alcançar esse cargo político.

Desde a chegada de Raúl Castro ao comando do país, em 2008, a ilha vinha ensaiando tentativas de abertura do regime. No plano externo, com aproximação inclusive do ex-presidente norte-americano Barack Obama, e no plano da economia e da política interna. Há uma expectativa de que Bermúdez dê maior vazão a esse processo de abertura.

O país sofre com um embargo econômico – que pune empresas e países que fazem negócios com Cuba – imposto pelos Estados Unidos desde o início dos anos 1960. O embargo continua mesmo com pedido em contrário da ONU, que já aprovou o fim do bloqueio com os votos de 191 países membros – apenas Estados Unidos e Israel defendem a manutenção.

Com informações do Brasil de Fato

 

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