reviravolta

Justiça da Bolívia autoriza Evo Morales a tentar nova reeleição em 2019

O Tribunal Constitucional Plurinacional (TCP), equivalente a Suprema Corte local, decidiu que presidente pode disputar quarto mandato. Decisão contraria referendo realizado em 2016

reprodução/nexo televisión

Evo comemorou a decisão da Justiça e se disse ‘surpreso’

São Paulo – A Justiça da Bolívia, por meio do Tribunal Constitucional Plurinacional (TCP), a Suprema corte do país, decidiu que o presidente Evo Morales poderá tentar a reeleição em 2019. O presidente faz parte do partido Movimento ao Socialismo (MAS), de onde saiu a proposta da ação. A decisão também autoriza a reeleição de deputados e governadores. Evo deve disputar o seu quarto mandato e declarou estar “surpreso” com a decisão do tribunal.

Ele foi o primeiro presidente indígena do país que tem maioria de etnias não europeias, e colocou fim a uma instabilidade política histórica. A Bolívia coleciona bons resultados sob seu comando, como 10 anos consecutivos de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Entretanto, sua reeleição para um novo mandato é controversa. O referendo com resultado apertado no ano passado vinha sendo contestado. 

Movimentos sociais locais, que incluem grupos indígenas, camponeses e outras entidades da sociedade civil, se mobilizaram contra o resultado. As autoridades eleitorais creditaram 51,3% dos votos contrários à reeleição, ante 48,7%. A diferença de 135 mil votos acirrou a polarização no país latino-americano. O governo acusa a oposição de promover uma “guerra suja” com apoio de forças imperialistas norte-americanas.

No início deste mês, apoiadores de Evo realizaram uma marcha partindo da cidade de El Alto, na região metropolitana de La Paz, até o centro da capital. A marcha superou os 50 mil participantes. A Justiça acabou acolhendo recurso movido pela bancada do MAS no Senado.

Morales ainda conta com grande apoio na Bolívia. Integrantes do partido no Congresso têm dito que denúncias internacionais contra a decisão não devem prosperar. porque “existem argumentos válidos”.

Na próxima segunda-feira (4), o Legislativo elege ocupantes de cargos do Judiciário, entre eles os integrantes do TCP.

Por sua vez, a bancada da oposição acusa o tribunal de promover um “golpe na Constituição” e afirma que recorrerá e também iniciou uma campanha para que os componentes de suas bancadas anulem seus votos nas eleições para o Judiciário. O ministro da Presidência, René Martínez, criticou as medidas oposicionistas que “é dirigida por líderes de partidos neoliberais (…) e contam com a intervenção descarada dos Estados Unidos”.  

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