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Trump retira EUA do acordo Transpacífico e estraga ‘festa’ planejada por Serra

Novo presidente dos EUA também anunciou que vai renegociar acordos com Europa, Canadá e México. Demais países da América Latina devem sofrer com perdas nas exportações

Reprodução/Facebook/Donald J. Trump

Como uma das primeiras medidas, Trump assinou decreto que retira os EUA da Parceria Transpacífico

São Paulo – Para o cientista político e sociólogo Emir Sader, ao assinar ontem (23) decreto que retirada os Estados Unidos da Parceria Transpacífico, o novo presidente, Donald Trump, anuncia uma nova era protecionista e impõe obstáculos ao processo de globalização. 

Segundo Emir, o acordo Transpacífico era uma das principais cartadas do governo Obama visando a limitar a crescente influência chinesa no comércio mundial, e que, sem os Estados Unidos, o acordo se inviabiliza. “O mais importante para o futuro do mundo é a retirada dos EUA desse processo de globalização”, destaca.  

Trump também anunciou que vai rediscutir as regras do Nafta, bloco econômico formado por Estados Unidos, Canadá e México, bem como outro acordo, similar à Parceria Transpacífico, que estava sendo negociado com a União Europeia. 

Essas ações também devem impactar nas relações dos Estados Unidos com os demais países da América Latina. Emir comenta as intenções de José Serra, ministro das Relações Exteriores, na busca de um acordo com os americanos, que agora deve naufragar. “Serra pretendia levar o Brasil, só que a festa acabou antes de começar.”

Ele também aponta repercussões para a Argentina. Após o presidente, Maurício Macri, anunciar a suspensão de limitações para a exportação de limões para os Estados Unidos, o acordo em andamento também foi cancelado por Trump, pondo fim à euforia dos argentinos.

Para o sociólogo, essas medidas protecionistas afetam o mercado exterior e, em particular, os países da América Latina, que enfrentam momento de grande dificuldade. Emir comenta, ainda, sobre o legado de Evo Morales, que completa onze anos à frente da presidência da Bolívia, e os confrontos entre governo e oposição nas ruas da Venezuela. 

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