cortejo fúnebre

Cinzas de Fidel Castro saem de Santa Clara rumo a Santiago

Cinzas fizeram percurso inverso de 'Caravana da Liberdade' de 1959; mais de 6 milhões de pessoas juram lealdade a ideais de Fidel

Roberto Garaicoa/Cubadebate

Cinzas de Fidel percorre Cuba com destino a Santiago, onde serão enterradas, no cemitério de Santa Ifigênia

Opera MundiAs cinzas do falecido líder Fidel Castro saíram de Santa Clara nesta quinta-feira (1º), após a primeira parada do cortejo fúnebre no mausoléu onde estão enterrados os restos mortais de Ernesto “Che” Guevara, aliado de Fidel na revolução cubana. Depois de quatro dias de viagem, as cinzas chegarão no sábado (3) ao seu destino final, Santiago, onde serão enterradas.

O monumento em homenagem a Che Guevara foi construído por ordem do próprio Fidel Castro em 1997, quando foram encontrados na Bolívia os restos de seu amigo argentino, assassinado 30 anos antes.

As cinzas de Fidel partiram nesta quarta-feira da emblemática praça da Revolução, em Havana, para a viagem de quatro dias em caravana por toda a ilha, um cortejo fúnebre que retraça de forma inversa a “Caravana da Liberdade”, o percurso que os guerrilheiros de Sierra Maestra, liderados por Fidel, realizaram entre os dias 1º e 8 de janeiro de 1959 com o triunfo da Revolução.

O cortejo já passou por Mayaveque e Matanza, e ainda passará por Santo Espírito, Ciudad de Ávila, Camaguye, Las Tunas e Olguín, antes de chegar a Santiago, onde as cinzas serão enterradas no cemitério de Santa Ifigênia, junto aos restos mortais de José Marti, um dos líderes da independência cubana.

Após o ato de despedida na noite de terça-feira, do qual participaram o presidente Raúl Castro, membros da alta direção do governo e do Partido Comunista, 50 delegações oficiais, a esposa do falecido líder cubano, Dalia Soto e alguns de seus filhos, a urna com as cinzas, envolvida em uma bandeira de Cuba, foi transportada da sede do Ministério das Forças Armadas ao carro decorado com flores brancas, no qual viajará até Santiago.

Homenagem

Mais de seis milhões de pessoas homenagearam o falecido líder Fidel Castro perante imagens espalhadas em 286 pontos em todo o país e ratificaram lealdade a seus ideais, ao assinar o “conceito de revolução” traçado pelo ex-presidente em 2000, informaram nesta quarta-feira (30) veículos de comunicação oficiais cubanos. Segundo o jornal estatal Granma, até o meio-dia de terça-feira (29) mais de seis milhões de pessoas “ratificaram sua decisão de dar continuidade à obra” do comandante-em-chefe.

O conceito de revolução é amplamente conhecido na ilha desde que Fidel o incluiu em seu discurso do dia 1º de maio de 2000 e foi reproduzido em cartazes por todo o país.

“Revolução é sentido do momento histórico, é mudar tudo o que deve ser mudado, é igualdade e liberdade plenas, é ser tratado e tratar os demais como seres humanos, é nos emancipar por nós mesmos e com nossos próprios esforços”, destaca um fragmento do texto.

Na segunda-feira e na terça-feira, milhares de pessoas apresentaram suas condolências perante grandes fotos que mostram o ex-presidente cubano em seus tempos de guerrilheiro, com a mochila e o fuzil no ombro, nas montanhas da Sierra Maestra, palco da insurreição que o levou ao poder em 1959.

Esses pontos fecharam no meio-dia desta terça-feira, quando começaram os preparativos para o grande ato que aconteceu à noite e que se prolongou até a madrugada, com a presença de centenas de milhares de pessoas e 50 delegações oficiais.

Leia também

Últimas notícias