Rússia

Assassinato de embaixador é ‘provocação’ para prejudicar processo de paz na Síria, diz Putin

Andrei Karlov foi assassinado por policial turco em Ancara; presidente russo afirmou que 'única resposta' que deverá ser oferecida por Moscou é 'intensificar a luta contra o terrorismo

Presidential Press and Information Office

O presidente russo Vladimir Putin, declarou que vai intensificar combate ao terrorismo

Opera Mundi – O ataque contra o embaixador da Rússia na Turquia, Andrei Karlov, ontem (19) em Ancara é claramente uma provocação com objetivo de prejudicar a relação entre Rússia e Turquia e o processo de paz na Síria, afirmou o presidente russo, Vladimir Putin.

Um policial, de folga e a paisana, disparou matou a tiros o embaixador da Rússia na Turquia, Andrei Karlov. De acordo com um fotógrafo da agência de notícias Associated Press que estava no local, Karlov estava discursando, durante uma exposição de fotos na capital turca, quando o policial Mevlüt Mert Altıntaş gritou “Allahu akbar” (“deus é grande”, em árabe) e disparou pelo menos oito tiros contra o chanceler. “Não esqueçam Aleppo, não esqueçam a Síria”, ele teria gritado após atirar. Ele foi morto em seguida por forças especiais turcas, afirmou a imprensa turca.

“Este assassinato é claramente uma provocação com o objetivo de prejudicar a melhoria e a normalização das relações entre Rússia e Turquia, assim como prejudicar o processo de paz na Síria promovido por Rússia, Turquia, Irã e outros países interessados em resolver o conflito no país”, disse Putin.

Segundo o presidente russo, a “única resposta” ao ataque que deverá ser oferecida por Moscou é “intensificar a luta contra o terrorismo”.

“Este é um dia trágico na história da diplomacia russa”, declarou Maria Zakharova, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores russo. “Hoje, o embaixador russo na Turquia, Andrei Karlov, morreu após ser atingido por tiros durante um evento público em Ancara”, disse a porta-voz em pronunciamento à imprensa russa. Ela classificou o ataque como um “ato de terrorismo” e disse que este será um dos temas em debate na reunião do Conselho de Segurança da ONU na próxima segunda-feira (26).

Testemunhas disseram à imprensa turca que o autor dos disparos agiu sozinho e sabia que não ia sair vivo do local do crime. “Ele usava um terno preto e uma camisa branca e estava sozinho. Não acredito que tenha ninguém mais”, disse à rede CNNTürk uma mulher que não quis se identificar e estava na exposição no momento do atentado que matou o diplomata russo.

“Não sei se tinham algum comparsa fora, mas só um agia lá dentro”, disse a jornalista Bahar Bakir à emissora NTV.

As duas testemunhas confirmaram que depois de atirar em Karlov, o homem começou a gritar frases, em turco, que relacionavam o ataque à situação em Aleppo, na Síria. “Ele disse que sabia que não sairia vivo de lá e que não ia fazer nada contra a gente. Depois voltou a disparar no embaixador”, disse Bakir.

O ataque foi cometido na véspera de uma reunião em Moscou entre os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Irã e Turquia para tratar sobre o cessar-fogo em Aleppo, ao norte da Síria. A Rússia e o Irã têm apoiado o governo de Bashar al Assad contra as forças de oposição na Síria, que por sua vez têm sido apoiadas pelo governo turco e pelos EUA, entre outros.