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Em meio à onda conservadora, EUA legalizam a maconha em pelo menos sete estados

Pelo menos sete estados se juntam a outros cinco que já haviam escolhido por legalizar a erva, com destaque para a Califórnia, que votou a favor do uso recreativo e deve influenciar o futuro da discussão

Bryce Bradford/Flickr CC

Decisão pelo uso recreativo da maconha na Califórnia pode ser o começo do fim da ‘guerra às drogas’ nos EUA

São Paulo – Simultaneamente à escolha para presidente e representes para as casas legislativas, cidadãos norte-americanos também puderam decidiram ontem (8) em plebiscito realizado em nove estados sobre a legalização da maconha. Destes, ao menos sete votaram favoravelmente, seja em relação ao uso recreativo ou medicinal da erva.

Se a eleição do magnata Donald Trump à presidência dos EUA representa a chegada ao poder de um conjunto de ideias conservadoras, como a xenofobia, o machismo e o desprezo por pautas relacionadas aos direitos humanos, por outro lado, gozando da autonomia dada aos estados pelo sistema federalista, eleitores da Califórnia, Massachusetts, Nevada, Flórida, Arkansas, Montana e Dakota do Norte decidiram pela legalização. Até mesmo estados que escolheram Trump – como na Flórida, Montana e Dakota do Norte – apoiaram a causa.

Em três estados – Califórnia, Massachusetts, Nevada – os cidadãos pela legalização do uso recreativo da maconha. Na Califórnia, o ‘sim’ contou com o apoio de 55% dos eleitores. Em Nevada, os favoráveis somaram 54% e, em Massachusetts, 53,5%. Pode se somar a esse grupo o estado do Maine, que ainda não concluiu a apuração. Parciais apontavam dianteira apertada em favor da legalização, com 50,5%.

Em apenas um estado, no Arizona, a proposta de legalização do uso recreativo parece ter sido recusada pela população (com 52% dos votos contrários, segundo estimativas, mas ainda sem resultado oficial).

Estado mais populoso e com maior PIB, a decisão na Califórnia deve influenciar os rumos da discussão no restante do país. “Se formos bem sucedidos, é o começo do fim da guerra contra a maconha”, previa ovice-governador do Estado, Gavin Newsom, em entrevista ao The New York Times ainda antes do pleito.

Após a legalização, os usuários poderão adquirir e portar 28,5 gramas da planta, que passa a ser tributada pelo estado. Além da perspectiva da arrecadação, especialistas também apostam no florescimento do comércio.

A vitória no estado já era esperada, já que a Califórnia foi um dos primeiros a legalizar o uso medicinal da droga, ainda em 1996. A comunidade científica espera, agora, que o estado se posicione na vanguarda das pesquisas sobre inovação e aplicação da erva.

Já nos estados da Flórida, Arkansas, Montana e Dakota do Norte, os eleitores aprovaram o legalização do uso medicinal da maconha, quando a aquisição da substância é feita sob prescrição médica, como auxiliar no tratamento de uma série de doenças, amenizando o sofrimento de pacientes com aids, câncer, epilepsia e outras.

Esses sete estados – ou oito, a depender do Maine – se juntam a Alasca, Colorado, Oregon, o estado de Washington e o Distrito de Columbia, que já haviam votado pela legalização em pleitos anteriores, totalizando 12 territórios americanos onde o uso da erva é liberado.


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