passado obscuro

Bolívia tira sigilo de documentos diplomáticos das ditaduras do período entre 1966 e 1979

Entre os documentos, estão os que mostram a colaboração entre os governos da região no âmbito da Operação Condor e os da época da morte de Che Guevara

Reprodução/Cancilleria Bolivia

Ministro David Choquehuanca anunciou fim do sigilo de documentos diplomáticos da ditadura boliviana

Opera Mundi – O chanceler boliviano David Choquehuanca anunciou na última segunda-feira (21) que documentos diplomáticos referentes às ditaduras militares do país do período entre 1966 e 1979 foram desclassificados e estarão disponíveis para consulta pública.

Entre os dados, estão os que mostram a colaboração entre os governos militares latino-americanos da época, no âmbito da Operação Condor – principalmente os do período do governo de Hugo Bánzer (1971-1978).

Também estão incluídos os arquivos diplomáticos do governo de René Barrientos (1964-1969), época na qual Che Guevara foi morto.

“É triste recordar esses dias obscuros de nossa história. Por isso a Chancelaria tomou esta decisão porque, com a desclassificação dos documentos queremos recuperar a memória histórica dos acontecimentos suscitados nos períodos das ditaduras, que vão nos ajudar a entender e desvendar a verdade das ações dos diplomatas de então”, afirmou Choquehuanca.

A liberação dos documentos era um pedido de associações de familiares de vítimas das ditaduras. A secretária-executiva da Associação de Familiares de Detidos Desaparecidos Mártires pela Libertação Nacional (Asofamd), Ruth Llanos, considera que a liberação dos documentos é um “avanço importante” para alcançar o “direito à verdade”.

“É importante assumir o desafio para educar as novas gerações para nunca mais (haver) impunidade e queremos a comissão da verdade já”, afirmou Llanos.

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