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Venezuela: decisão de não passar presidência do Mercosul é ‘desespero de burocratas’

Chanceler venezuelana acusa a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Paraguai) de tentar 'destruir' bloco. Países-membros decidiram que liderança será compartilhada

Archivo teleSUR

Delcy Rodríguez: ‘Governos de Argentina, Paraguai e Brasil violam legalidade da organização’

Opera Mundi – O governo da Venezuela rechaçou hoje (14) a decisão dos países-membros do Mercosul de não repassar à nação a presidência temporária do bloco e afirmou que a pretensão de Brasil, Argentina e Paraguai de “destruir” a organização é  reflexo de “intolerância política e desespero de burocratas”.

Em sua conta no Twitter, a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmou que a Venezuela, “no exercício pleno da Presidência Pro Tempore, e no resguardo de seus tratados, rechaça a declaração da Tríplice Aliança”, em referência aos governos de Brasil, Argentina e Paraguai.

Ontem, ficou acordado que a Presidência do Mercosul não será exercida pela Venezuela e que os quatro países fundadores da organização irão exercer em conjunto sua liderança até o fim do ano. A resolução foi aprovada por Brasil, Paraguai e Argentina, enquanto o Uruguai se absteve da decisão.

Em nota divulgada na noite de ontem, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirma que as quatro nações decidiram assumir a liderança conjunta sob alegação de que a Venezuela descumpriu compromissos assumidos no Protocolo de Adesão ao Mercosul, assinado em Caracas em 2006.

Além disso, o comunicado assinado pelo chanceler José Serra informa que foi estipulado o prazo de 1º de dezembro para que a Venezuela ratifique os acordos do bloco, caso contrário o país deverá ser suspenso da organização.

“Esta declaração da Tríplice Aliança do governo de Argentina, Paraguai e (governo) de ‘facto’ do Brasil viola a legalidade da organização”, afirmou Delcy.

A chanceler venezuelana afirmou também que as decisões no bloco devem ser tomadas a partir de um consenso e que, em breve, a Venezuela irá apresentar “a verdade” sobre o acervo normativo do Mercosul, assim como ações para “proteger” a organização.

Segundo ela, “pretender destruir o Mercosul mediante artimanhas jurídicas é reflexo da intolerância política e desespero de burocratas”.

Em junho, o Uruguai encerrou seu período à frente da Presidência do bloco e, de acordo com as regras do Mercosul, a liderança temporária deveria ter sido repassada a Caracas, que chegou a realizar uma cerimônia de posse.

Os governos de Brasil, Paraguai e Argentina, no entanto, se opuseram à passagem justificando que a Venezuela passa por problemas de instabilidade econômica e política.

Além do Brasil, os governos do Paraguai e da Argentina se manifestaram a respeito da Presidência do bloco.

Segundo nota divulgada pelas chancelarias dos dois países, “a declaração reflete o consenso alcançado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai para facilitar o funcionamento do Mercosul e para coordenar as negociações com outros países e grupos de países, assim como os passos a seguir para assegurar o equilíbrio de direitos e obrigações no processo de adesão da Venezuela, atento a que esse país não tenha incorporado normativa essencial do Mercosul em sua legislação nacional”.

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