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Portugal em chamas: continente e Ilha da Madeira registram incêndios

De acordo com a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), 13 graves ocorrências de incêndio no continente foram registradas até as 12h (horário local) de hoje

José Coelho/Agencia Lusa

De acordo com a imprensa local, cerca de 110 homens devem ser enviados para reforçar o combate aos incêndios

Lisboa – O calor e os fortes ventos registrados nos últimos dias têm contribuído para o alastramento dos focos de incêndio não apenas no continente, mas também, de maneira devastadora, no Funchal, capital do arquipélago da Madeira.

De acordo com a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), 13 graves ocorrências de incêndio no continente foram registradas até as 12h (horário local) de hoje (10). Há ainda 121 ocorrências de incêndios rurais e 541 ocorrências em aberto.

No Funchal, principal cidade da Ilha da Madeira, a situação é gravíssima, com três mortes já registradas, dois hospitais evacuados e mais de mil pessoas deslocadas. Na cidade, que tem 111 mil habitantes, os focos de incêndio estão ativos desde segunda-feira (8). A situação é tão extrema que o primeiro-ministro do país, António Costa, e o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, irão para o arquipélago ainda hoje.

António Costa afirmou que será feito um pré-alerta para ativar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e, caso a situação piore nos próximos dias, será acionado acordo bilateral com a Rússia.

Equipes de combate aos incêndios, compostas por bombeiros da Força Especial Bombeiros (FEB), do Grupo de Intervenção Proteção e Socorro da GNR (Gips) e do Instituto Nacional de Emergência Médica (Inem), começaram a partir de Lisboa na noite de ontem (9). De acordo com a imprensa local, cerca de 110 homens devem ser enviados para reforçar o combate aos incêndios na ilha.

A Madeira recebe milhares de turistas nesta época do ano, verão na Europa. De acordo com Paulo Cafôfo, presidente da Câmara Municipal do Funchal, há cerca de mil deslocados de casas e hotéis, entre residentes e turistas, alojados em diferentes locais da cidade, como centros cívicos e estádios esportivos.

De acordo com o prefeito, é impossível calcular quantas edificações já foram queimadas. Na noite de ontem, as chamas chegaram ao centro histórico da cidade, causando caos e pânico entre a população e desalojando centenas de pessoas.

Na Madeira, foi acionado o Plano Regional de Emergência e declarada situação de contingência, o que, na prática, significa a mobilização absoluta de todos os meios disponíveis.

Em Portugal continental, a situação também é grave. Segundo balanço da Proteção Civil, os incêndios de maior dimensão ocorrem nos distritos de Aveiro, Braga, Guarda, Porto e Viana do Castelo.

De acordo com informações da Polícia Judiciária de Portugal, apenas este ano já foram identificadas e presas 26 pessoas por autoria de crime de incêndio florestal.

A Guarda Nacional Republicana (GNR) informou, em comunicado, que tem 500 militares do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (Gips) empenhados nas ações de combate aos incêndios florestais. Entre eles, 160 dão apoio a 23 meios aéreos em ações de primeira intervenção nos incêndios. Há também quatro grupos de ataque ampliado (três deles a combater incêndios em Viana do Castelo e um no distrito do Porto).

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