América do Sul

Chanceler acusa José Serra de tentar ‘comprar voto do Uruguai’ contra Venezuela

Segundo uruguaio Rodolfo Nin Novoa, proposta foi de favorecer Uruguai em negociações comerciais em troca de o país platino se posicionar contra Nicolás Maduro na transferência da presidência do Mercosul

Reprodução

Notícia sobre proposta do ministro brasileiro José Serra saiu hoje no jornal El País, de Montevidéu

São Paulo – O chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, denunciou que o governo interino de Michel Temer, representado pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra, tentou “comprar o voto do Uruguai” ao trabalhar pelo boicote da transferência rotativa do Mercosul à Venezuela, em troca de favorecer o país platino em negociações comerciais.

“Não gostamos muito do chanceler (José) Serra ter vindo ao Uruguai, para nos dizer que vinham com a pretensão de se suspender a transferência (da presidência do Mercosul à Venezuela) e, se suspensa, levar-nos em suas negociações com outros países, como querendo comprar o voto do Uruguai”, disse Nin Novoa, em matéria publicada hoje (16) no diário El País, de Montevidéu.

De acordo com o jornal, a declaração está registrada em notas taquigráficas na Comissão de Assuntos Internacionais da Câmara de Deputados uruguaia no último dia 10.

Serra foi ao Uruguai no início de julho, acompanhado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e, em entrevista à imprensa, afirmou que o Brasil faria “uma grande ofensiva” comercial na África subsaariana e no Irã e levaria o Uruguai como “parceiro”. Em troca, Serra teria pedido ao governo uruguaio para suspender a transferência da presidência do Mercosul ao país governado por Nicolás Maduro.

Esta atitude deixou o presidente Tabaré Vázquez e o próprio ministro das Relações Exteriores uruguaio “muito chateados”, disse Nin Novoa, segundo o jornal. “O presidente (do Uruguai) disse clara e enfaticamente: o Uruguai vai cumprir os regulamentos pela transferência da presidência”, disse Novoa.

O chanceler uruguaio disse ainda que, para seu país, “a Venezuela é o ocupante legítimo da presidência pro tempore e, portanto, quando convocada uma reunião (pela Venezuela), o governo uruguaio vai participar”.

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