subordinação

Bases militares dos EUA na América Latina apontam para risco de recolonização

Sociólogo Emir Sader ressalta esforços negociados pelos EUA com o governo interino para marcar presença também em território brasileiro

Sgt Johnson/Agência Força Aérea/Divulgação

Além do avanço na Argentina, norte-americanos negociam com Serra presença na base de Alcântara

São Paulo – O cientista político e sociólogo Emir Sader comenta declaração do teólogo Leonardo Boff alertando para ofensiva militar norte-americana na América Latina ao negociar com o governo argentino a instalação de duas base em seu território, o que representaria tentativa de “recolonização” de todo o continente.

Assusta-nos muito que os Estados Unidos negociem com Mauricio Macri (presidente da Argentina) duas bases militares, uma na Patagônia e outra na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, perto do maior aquífero do mundo”, declarou Boff ao jornal argentino Página/12, ontem (15).

Para Boff, “há um projeto para recolonizar a América Latina e fazer dela uma zona de exportação de commodities sem produtos de valor agregado.”

Emir aponta que a América Latina é das poucas regiões do mundo que não contam com a presença militar norte-americana, mas que a situação pode mudar não só com Macri mas também com o governo Michel Temer, caso o golpe do impeachment seja consumado.

“Boff está escandalizado de que se retome essa política de entrega de territórios latino-americanos para bases militares dos Estados Unidos. Pode ser que isso venha a ocorrer no Brasil também se se consolidar o governo golpista”, afirmou o sociólogo, em comentário hoje à Rádio Brasil Atual.

Ele ressalta que José Serra, ministro das Relações Exteriores do governo interino, já aventou hipótese de renegociar o acesso à base militar de Alcântara, no Maranhão, mas encontra entrave na presença chinesa, que tem acordo de cooperação do governo brasileiro para utilização da base para o lançamento de foguetes.

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