Estados Unidos

Obama pede mudança em leis de armas e fim de violência contra pessoas LGBT

'Mais uma vez abracei famílias de luto', disse presidente norte-americano, que instou Senado a aprovar medidas para restringir acesso a armas de fogo no país

Pete Souza/The White House

Obama: ‘O ataque marca um bom momento para nós refletirmos sobre como tratamos uns aos outros’

Opera Mundi – Em visita a Orlando ontem (16), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu mudanças nas leis que regulam o acesso a armas de fogo no país e o fim da violência e da discriminação contra as pessoas LGBT. Acompanhado do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, o líder norte-americano foi à cidade prestar solidariedade aos sobreviventes e familiares das vítimas do ataque à boate gay Pulse no dia 12 de junho, que deixou 50 mortos, entre eles o atirador, Omar Mateen.

Obama afirmou que o ataque marca “um bom momento para nós refletirmos sobre como tratamos uns aos outros”. “Temos que acabar com a discriminação e a violência contra nossos irmãos e nossas irmãs da comunidade LGBT”, disse o ex-presidente norte-americano após deixar 49 rosas em memorial improvisado no centro de Orlando em homenagem às 49 vítimas de Mateen, que invadiu a boate e atirou contra frequentadores e funcionários da casa na madrugada do último domingo.

Obama e Biden se reuniram com sobreviventes e familiares das vítimas do massacre, além de com membros das forças de segurança que atuaram no pior ataque a tiros da história do país.

Após o encontro, o presidente norte-americano afirmou que o debate sobre o acesso a armas de fogo no país “tem que mudar” e instou o Congresso a “fazer a coisa certa” e aprovar medidas para evitar que pessoas sob investigação federal por suposta ligação com redes terroristas – como era o caso de Mateen – possam comprar legalmente no país “armas extraordinariamente perigosas”.

“Mais uma vez abracei famílias de luto e me perguntaram por que isto segue acontecendo. Não lhes importam os aspectos políticos e a mim também não. Este debate (sobre as armas) tem que mudar”, afirmou Obama.

No domingo (12), o presidente dos EUA qualificou como “um ato de terrorismo e de ódio” o massacre cometido pelo norte-americano de origem afegã Omar Mateen.

Também nesta quinta-feira, o chefe da CIA (sigla em inglês para Agência Central de Inteligência), John Brennan, informou ao comitê de inteligência do Senado norte-americano que não foi encontrada nenhuma relação direta entre Mateen e o grupo extremista Estado Islâmico.

A agência norte-americana realizou uma investigação de quatro dias, em cooperação com o FBI, antes de concluir que Omar Mateen, autor do ataque, foi um atirador “solitário” e não foi “dirigido” pelo Estado Islâmico, apesar de ter ligado para o número de emergência nacional dos EUA, 911, e jurado aliança ao grupo antes do ataque, no dia 12 de junho.

O FBI já havia dito na segunda-feira (13) que não havia sinais de que Mateen estivesse relacionado a grupos extremistas estrangeiros. “Até o momento, não vemos nenhuma indicação de que isso tenha sido planejado fora dos EUA e não vemos nenhuma indicação de que ele tenha sido membro de nenhuma rede [extremista]”, disse à imprensa na ocasião o diretor do FBI, James Comey.