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Entidades e governos reagem a massacre em boate nos EUA

Futura Press/Folhapress Fila para doar sangue para as vítimas de atirador contra frequentados de boate gay em Orlando. Massacre movido por ódio Brasília – Líderes de organizações gays nos Estados […]

Futura Press/Folhapress

Fila para doar sangue para as vítimas de atirador contra frequentados de boate gay em Orlando. Massacre movido por ódio

Brasília – Líderes de organizações gays nos Estados Unidos e na Europa divulgaram   nota de repúdio e manifestaram solidariedade às pessoas que morreram ou ficaram feridas no ataque contra uma boate gay, em Orlando, no estado da Flórida, em que um atirador matou 50 pessoas e feriu 53, na madrugada de hoje (12).

“Foi com grande choque e consternação que a Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intergêneros (Ilga) soube do tiroteio em massa em um clube gay em Orlando, Flórida, que é conhecido por seus programas comunitários”, afirmou o diretor-executivo da Ilga, Renato Sabbadini, no site da organização. Com sede na Suíça, a Ilga é uma das maiores entidades de defesa da comunidade LGBT do mundo e suas pesquisas sobre o assunto costumam ser estudadas e avaliadas pela Organização das Nações Unidas para a elaboração de políticas destinadas à proteção de minorias.

“Estamos devastados por esta tragédia e não podemos imaginar a extensão do terror sobre o que estava previsto para ser uma noite de diversão para muitos membros da nossa comunidade e seus aliados”, acrescentou Renato Sabbadini.. “Estamos de luto pelas vítimas, e os nossos corações estão com suas famílias, seus amigos e toda a comunidade”, disse Sabbadini.

Nos Estados Unidos, líderes LGBT e entidades emitiram declarações de solidariedade às pessoas que morreram ou ficaram feridas em Orlando.  A organização Equality Florida  iniciou uma campanha para angariar fundo destinado a ajudar as famílias das vítimas de Orlando.

“Estamos de coração partido e enojados com essa violência sem sentido, que destruiu vidas em nosso estado e em nosso país”, informou a Equality Florida, que representa lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros da Flórida. “Não fazemos suposições sobre o motivo. Vamos aguardar os detalhes enquanto derramamos lágrimas de tristeza e de raiva”, acrescentou a entidade.

O diretor da entidade Assembleia Igualitária LGBT, Roddy Flynn, também condenou o ataque na boate de Orlando e disse que a tragédia terá “impacto relevante sobre toda a comunidade”.

Que país ser?

Em pronunciamento, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que o ataque que matou 50 pessoas e feriu 53 em uma boate gay, na cidade de Orlando, na Flórida, foi um ato” de terror e de ódio”.

“O FBI está investigando apropriadamente isso como um ato de terror. Vamos aonde quer que os fatos nos levem, o que está claro é que ele [o atirador] era uma pessoa cheia de ódio”, disse Obama sobre o ataque iniciado hoje às 2h e que terminou às 5h, com a morte do atirador.

O presidente afirmou que o massacre poderia ter ocorrido em qualquer comunidade dos Estados Unidos e disse que “este é um dia especialmente doloroso para os nossos amigos que são gays, lésbicas, bissexuais ou transgêneros”.

Obama foi informado sobre o massacre na manhã de hoje por várias autoridades, incluindo o diretor do FBI, James Comey, e por sua assessora de segurança Lisa Monaco. O presidente dos Estados Unidos determinou que as bandeiras americanas sejam hasteadas a meio mastro em homenagem às vítimas do massacre. “Estamos com o povo de Orlando que sofreu um terrível ataque à sua cidade”, disse.

“Este massacre é, portanto, mais um lembrete de como é fácil para alguém colocar as mãos em uma arma que possibilita atirar em pessoas em uma escola, em uma casa de culto, ou em um cinema ou em uma boate”, afirmou Obama. “Nós temos que decidir se esse é o tipo de país que queremos ser”, acrescentou o presidente norte-americano, numa referência aos esforços que tem feito para que o Congresso dos Estados Unidos – que tem maioria do Partido Republicano, de oposição – aprove uma legislação de controle de armas.

Obama disse ainda que a boate de Orlando é mais do que apenas uma casa noturna. É “um lugar de solidariedade e empoderamento [para a comunidade gay]”, disse o presidente dos Estados Unidos.

“Esse é um lembrete de que os ataques a qualquer americano, independentemente de raça, etnia, religião ou orientação sexual, são um ataque contra todos nós e sobre os valores fundamentais da igualdade e dignidade que nos definem como um país”, afirmou.

O maior da história

O ataque que resultou na morte de 50 pessoas na boate Pulse, em Orlando, na Flória, já é considerado um dos maiores massacres da história Estados Unidos. Levando-se em conta o número de mortos, a tragédia só perde para os acontecimentos de 11 de setembro de 2001, quando aviões se chocaram contra as Torres Gêmeas de Nova York.

Além das mortes, o atirador de Orlando deixou 53 pessoas ferida. O homem, identificado como Omar Mateen, foi morto a tiros pela polícia, informaram as autoridades. Mateen, de 29 anos, nascido nos Estados Unidos e filho de paquistaneses, era guarda de segurança. Segundo a imprensa local, ele entrou por volta das 2h na boate Pulse.  Durante três horas, ele permaneceu na boate, onde fez vítimas e reféns antes de ser morto pela polícia durante troca de tiros.

O prefeito de Orlando, Buddy Dyer, disse que a cidade, um dos maiores centros turísticos dos Estados Unidos, está abalada, mas vai achar forças para superar os acontecimentos. “Nossa comunidade é forte. Precisamos ajudar uns aos outros para lidar com essa situação”, disse. “Hoje estamos lidando com algo que nunca imaginamos e é inacreditável”, acrescentou Dyer.

Solidariedades

A presidenta afastada Dilma Rousseff lamentou o atentado ocorrido na madrugada de hoje. “Estamos vivendo momentos terríveis, tempos de preconceito e intolerância que ceifam vidas humanas”, disse.

Pelo Twitter, Dilma manifestou seus sentimentos às famílias das vítimas, ao presidente norte americano, Barack Obama, e ao povo dos Estados Unidos. “Vamos juntos lutar contra esta barbárie”.

Também pelo Twitter, o presidente interino, Michel Temer, lamentou o tiroteio. “Quero lamentar enormemente a tragédia nos Estados Unidos que vitimou dezenas de norte-americanos. Expresso a solidariedade brasileira às famílias das vítimas desse atentado”, escreveu.

Com reportagens da Agência Brasil

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