incertezas

Vitória do PP sem maioria impõe cenário instável na Espanha

Mariano Rajoy terá de montar seu governo a partir de alianças com divergências ideológicas. Caso opte por governo minoritário, centro-direita espanhola pode ter o mesmo destino da portuguesa

memória/ebc

Rei Felipe deve convocar Rajoy, líder do PP, para que monte seu governo

São Paulo – As eleições para o Parlamento dos Cidadãos, da Espanha, ocorridas ontem (20) desenharam um novo cenário político para o país. O Partido Popular, de centro-direita, liderado por Mariano Rajoy, foi o mais votado, porém com menos de 30% dos votos. “Nenhuma das combinações mais prováveis terá maioria absoluta”, explica o correspondente Flávio Aguiar, em sua coluna hoje (21), na Rádio Brasil Atual.

O próximo passo pode ser decisivo para a manutenção do governo a partir de alianças possíveis. Rajoy deve tentar formar um governo. “O procedimento manda que o Rei Felipe chame o líder do partido que ganhou mais votos para pedir que ele forme o governo”, diz Aguiar.

Caso o candidato de centro-direita tente formar um governo de minoria, o resultado pode ser desastroso. “Se Rajoy tentar formar um governo sem alianças, isso será uma tarefa inglória. Provavelmente, o destino que ele teria seria o mesmo do partido semelhante em Portugal, que durou poucos dias e foi destituído.”

O partido de centro-direita perdeu mais de 60 deputados em relação ao último pleito, ficando com 123. Para firmar maioria, precisaria de 176. O PSOE mantém a liderança da oposição, com 91, mesmo com a perda de 19 deputados e seu pior desempenho na história da democracia espanhola. A legenda de esquerda contra austeridade, o Podemos, surgiu com força no parlamento, garantindo 69 deputados, mais do que o possível aliado do PP, o Ciudadanos, com 40 cadeiras. “O principal efeito dessas eleições foi mostrar que o sistema bipartidário da Espanha dançou”, afirma Aguiar.

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