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ONU: ritmo de crescimento do IDH de países em desenvolvimento cai entre 2011 e 2014

Segundo Nações Unidas, 2 bilhões saíram de condições de baixo desenvolvimento humano desde 1990; Noruega lidera ranking e Brasil está em 75º lugar

Andre Lion/Opera Mundi

Com 0,944, Noruega é o país com o IDH mais alto do mundo; na foto, a capital Oslo

Opera Mundi – O relatório sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado pela ONU hoje (14), aponta que o índice de países em desenvolvimento continua a crescer, mas a um ritmo menor do que na década passada. Entre 2000 e 2010, o IDH de países em desenvolvimento cresceu a uma média anual de 1,2%; porém, entre 2011 e 2014, o ritmo foi de apenas 0,7%.

Mesmo assim, a ONU afirma 2 bilhões de pessoas saíram de condições de baixo desenvolvimento humano nos últimos 25 anos. Em relação a 1990, o número de pessoas vivendo em países de IDH baixo caiu 60%, de 3,2 bilhões para 1,2 bilhão. Países como Gana e Namíbia estão entre os 19 que saíram dessa categoria. Além disso, existem 34 países a mais na categoria de IDH muito alto, o que representa um total de 1,2 bilhão de pessoas vivendo em boas condições de desenvolvimento humano, frente a 0,5 bilhão em 1990.

Os cinco primeiros do ranking deste ano são: Noruega, Austrália, Suíça, Dinamarca e Holanda. Os países que mais caíram no ranking foram a Líbia (27 posições) e a Síria (15 posições), dois países que vivem conflitos armados internos.

O IDH do Brasil neste ano ficou em 0,755 (alto) e o país caiu no ranking, para o 75º lugar. Na 13ª posição na América Latina e Caribe, o Brasil está acima da média regional, de 0,748.

Reprodução/Opera Mundi
O IDH do Brasil neste ano ficou em 0,755 (alto) e o país caiu no ranking, para o 75º lugar

O índice

​Para determinar o IDH, que é indicado entre 0 e 1, a ONU utiliza critérios como escolaridade, renda nacional, expectativa de vida e mortalidade infantil. Os dados divulgados neste ano se referem a 2014. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mede anualmente o IDH dos países desde 1990.

A ONU não leva em conta a desigualdade social no cálculo do IDH, pelo fato de que parte dos países não possui dados suficientes sobre esse critério, o que inviabiliza um ranking mundial. As Nações Unidas elaboram o IDH-D (Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade), segundo o qual o Brasil registra uma queda de 26% no índice. Em relação ao IDH-D, o Brasil se encontra abaixo da média regional da América Latina e Caribe. Ao se considerar a desigualdade, a Noruega, por exemplo, perde apenas 5,4% do IDH.

Trabalho

Um dos pontos centrais do relatório deste ano foram as condições de trabalho ao redor do mundo. Segundo a ONU, 830 milhões das pessoas que trabalham vivem com menos de US$ 2 por dia, o que as classifica como trabalhadores pobres. Há 200 milhões de pessoas desempregadas no planeta e 21 milhões exercendo trabalho forçado.

“O progresso humano será mais rápido quando todos os que desejam trabalhar tiverem a oportunidade de o fazer em circunstâncias dignas. O que se verifica em muitos países, porém, é que as pessoas são frequentemente excluídas do trabalho remunerado ou recebem menos do que outros por trabalho de igual valor”, disse Selim Jahan, principal autor do relatório da ONU.A ONU aponta também que o crescimento econômico de um país não se traduz necessariamente em aumento do desenvolvimento humano, e vice-versa. O Chile e a Guiné Equatorial possuem patamares semelhantes de renda, porém diferem nos níveis de IDH – o chileno é 0,832 (muito alto) e o guinéu-equatoriano é 0,587 (médio). A Nova Zelândia é um país com IDH muito alto (0,913, ocupando a décima posição no ranking mundial), mas com níveis baixos de renda.

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