segundo turno

Em primeira aparição após eleições, Cristina critica mudanças em discurso de Macri

Presidente defendeu modelo kirchnerista e criticou 'desonestidade intelectual' do opositor, que passou a apoiar medidas de seu governo que antes criticava

ebc/memória

Cristina: “Somos uma força política disposta a seguir levando adiante políticas que engrandeceram a Argentina”

São Paulo – Na noite de ontem (29), a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, fez sua primeira aparição pública desde o primeiro turno das eleições presidenciais, realizado no último domingo (25). Em evento na Casa Rosada com a presença de personalidades de seu governo e de militantes peronistas, ela defendeu o modelo kirchnerista, representado pelo candidato da Frente para a Vitória (FpV), Daniel Scioli, e criticou Mauricio Macri, candidato opositor pela aliança Cambiemos (Mudemos), pelas mudanças no discurso antes e após o pleito.

“Devemos aos cidadãos não somente as palavras em um debate, se não sinceridade e transparência e que ninguém se disfarce do que não é, porque nós com nossos erros, com nossos defeitos, com nossos equívocos, somos o que somos, não somos um dia uma coisa e outro dia outra coisa.” A presidente fez referência a recentes declarações de Macri e de sua candidata a vice, Gabriela Michetti, que nos últimos dias passaram a apoiar medidas de seu governo.

“Acho que os debates deveriam ser acompanhados por vídeos de posições anteriores dos candidatos. Porque não seria honesto intelectualmente dizer ‘hoje estamos de acordo com tudo’ quando meses atrás se estava em desacordo com tudo”, afirmou.

Cristina também lembrou a atuação legislativa de Macri e seus apoiadores, que se opuseram no Parlamento argentino a iniciativas de seu governo: “Este ano promulgamos 867 leis, e eles não votaram a favor de nenhuma delas. Hoje dizem que não vão privatizar as Aerolíneas Argentinas, mas há vídeos documentando quando diziam que iriam privatizá-la. Hoje li declarações, da candidata a vice de Macri, Gabriela Michetti, dizendo que se arrependia de ter votado contra o casamento igualitário e eu pergunto: se chegar a ser vice-presidente, também depois se arrependeria e diria aos argentinos ‘me arrependo de tal coisa’?”

A presidente enfatizou a necessidade de dar continuidade ao modelo kirchnerista através de Daniel Scioli e Carlos Zannini, candidato a vice – ainda que não os tenha citado, segundo a mídia argentina. “Somos uma força política que está disposta a seguir levando adiante as políticas que engrandeceram a Argentina e fizeram prosperar os argentinos.”

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