crise na Grécia

Primeiro-ministro grego diz que crise migratória é problema de toda a Europa

Para Tsipras, o desenvolvimento dos acontecimentos vai pôr à prova a ideia de uma Europa de solidariedade

Pietro Naj-Oleari/European Parliament

Tsipras: “Agora vamos ver se esta é a Europa da solidariedade ou a dos interesses econômicos”

Atenas – O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse hoje (7) que a crise migratória é um problema crítico para toda a Europa e não apenas Grécia e Itália. Tsipras se pronunciou na abertura de uma reunião do governo para analisar a crise migratória, depois que o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) anunciou que 124 mil pessoas desembarcaram nas ilhas gregas entre 1° de janeiro e 31 de julho, um aumento de 750% em relação ao mesmo período do ano passado.

Para Tsipras, o desenvolvimento dos acontecimentos vai pôr à prova a ideia de uma Europa de solidariedade: “Agora vamos ver se esta é a Europa da solidariedade ou a dos interesses econômicos em que cada um só olha pela sua fronteira e pelo seu país.”

Na opinião do primeiro-ministro grego, para resolver a crise, a União Europeia (UE) tem de estabelecer um diálogo com a Turquia – de onde partiram mais de 2 milhões dos imigrantes que chegaram às ilhas gregas, assim como com países de proveniência dos refugiados como a Síria ou a Líbia.

Além de Tsipras, participaram na reunião no gabinete da vice-ministra da Imigração, Tasia Khristodulopoulo, o ministro de Estado para a Coordenação Governamental, Alekos Flaburaris; os ministros do Interior, Nikos Vutsis, e dos Negócios Estrangeiros, Nikos Kotzias; o adjunto da Proteção Civil, Yanis Panusis, o adjunto da Marinha Mercante, Theodoros Dritsas, o vice-ministro da Defesa, Dimitris Vitsas, e a porta-voz do governo Olga Yerovasili.

Caótica

A Organização das Nações Unidas (ONU) qualificou de caótica a situação dos refugiados que chegam por mar à Grécia. Para a ONU, não existem as mínimas condições de acolhimento requeridas para ajudar as vítimas de conflitos e perseguição.

“Há um caos total nas Ilhas Gregas, não há locais de refúgio. Pedimos ao governo grego que assuma a liderança e a coordenação da resposta a essa emergência”, disse o diretor para a Europa da Agência das Nações Unidas para os Refugiados, Vincent Cohetel.

Ele acrescentou que está ciente das limitações do governo grego, mas pede que seja encontrado um lugar para os refugiados. Cohetel lembra a existência de quartéis militares “que não são utilizados ou de terras não cultivadas”.

Leia também

Últimas notícias