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Para ONU, ações para coibir tráfico de pessoas ainda são pouco efetivas

Rede de crime internacional envolve pelo menos 152 países de origem e 124 de destino. Principais vítimas são mulheres e crianças, para exploração sexual, trabalho forçado e remoção de órgãos

Divulgação

Para ONU, legislação de alguns países deixa vítimas desamparadas e vulneráveis

São Paulo – O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) alertou hoje (30), Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, que as ações implementadas por governos e organismos internacionais para coibir este crime ainda são pouco efetivas, apesar de ser um dos que mais violam direitos humanos no mundo. O órgão pediu mais engajamento para desmantelar as redes internacionais de crime organizado e também para prestar maior assistência às vítimas.

Todos os anos, milhões de mulheres, homens e crianças são vítimas do tráfico de pessoas para exploração sexual, trabalho forçado, remoção de órgãos e servidão doméstica. A rede envolve pelo menos 152 países de origem e 124 de destino, de acordo com o Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas, publicado pelo UNODC. Ao todo, 33% das vítimas são crianças, sendo que as meninas representam duas em casa três crianças traficadas. As crianças mais as mulheres adultas somam 70% de pessoas traficadas em todo o mundo.

Atualmente, está em vigor o Protocolo para Prevenir, Suprimir e Punir o Tráfico de Pessoas, da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Internacional. O documento, que pela primeira vez tratou do assunto em nível internacional, aborda todos os tipos de tráfico de seres humanos e tem como foco proteger, especialmente, as mulheres e as crianças.

Apesar deste avanço, O UNODC avalia que a legislação de alguns países nem sempre está alinhada com o protocolo e acaba falhando ao tentar cobrir o tráfico de pessoas, além de deixar as vítimas desamparadas e vulneráveis. Assim, poucos casos acabam sendo resolvidos. Em geral, 40% dos países monitorados pelo Relatório Global reportaram dez condenações por tráfico de pessoas ao ano, enquanto 15% não tiveram nenhuma.

“Isso demonstra um grau de impunidade que é inaceitável e destaca o fato de que, no momento, os traficantes estão fugindo com seus crimes”, disse o diretor executivo do UNODC, Yury Fedotov. “O mundo está enfrentando desafios muito graves, e nossos recursos estão diminuindo. Mas não podemos permitir que criminosos inescrupulosos explorem essa crise para tirar vantagem do desespero e sofrimento das pessoas.”

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu apoio para o Fundo Voluntário Fiduciário das Nações Unidas para as Vítimas de Tráfico de Pessoas, um mecanismo que trabalha com organizações não-governamentais para auxiliar vítimas, provendo abrigo, serviços básicos de saúde, formação profissional e escolar, assim como suporte psicossocial, legal e econômico. O UNODC lançou também a campanha #DouEsperança, para conscientizar a população sobre o tráfico de pessoas e sobre o amparo necessário às vítimas.

Com informações da ONU Brasil

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