Emir Sader: ‘É estranho haver relações diplomáticas e bloqueio econômico’
Para colunista da Rádio Brasil Atual, bloqueio e ocupação de Guantánamo são contradições que permeiam o reatamento de relações. Só a primeira tem chance de solução ainda sob Obama
Publicado 21/07/2015 - 12h16
São Paulo – O sociólogo e cientista político Emir Sader, avalia em comentários para a Rádio Brasil Atual, que o hasteamento da bandeira cubana na embaixada de Washington tem o valor simbólico do fim de uma guerra fria entre os dois países. Sader pondera que há duas questões centrais de contradição. “É estranho ter relações diplomáticas com a manutenção do bloqueio econômico e a ocupação da baía de Guantánamo por parte dos norte-americanos”, diz.
Sobre as possibilidades de solução, Sader acredita que a questão do bloqueio deve avançar, possivelmente ainda no governo Obama. “Já sobre Guantánamo, existe um veto militar, e o país não considera devolver a base. Isso mesmo sem apresentar nenhum argumento para a manutenção da ocupação em território estrangeiro, muito menos fazer dele um local de tortura.”
O colunista comenta ainda a vitória do conservador Horácio Larreta para a prefeitura de Buenos Aires – “partido de direita, adversário do kirchnerismo, eleito em uma cidade de classe média, branca, antiperonista e conservadora”. A surpresa ficou por conta da estreita margem entre Larreta e o segundo colocado, Martin Lousteau (ministro da Fazenda no primeiro anos de mandato de Cristina Kirchner e integrante de uma coalizão de centro). Esperados 16% de vantagem, o pleito se fixou com apenas 3% de superioridade.
Ouça a íntegra para a Rádio Brasil Atual: