Crise

Anistia denuncia fracasso de líderes mundiais diante da crise de refugiados

Syria Freedom/CC Segundo o relatório, situação é especialmente ‘desesperadora’ para os 4 milhões de refugiados da Síria Brasília – A Anistia Internacional denunciou, em relatório publicado hoje (15),  o fracasso da […]

Syria Freedom/CC

Segundo o relatório, situação é especialmente ‘desesperadora’ para os 4 milhões de refugiados da Síria

Brasília – A Anistia Internacional denunciou, em relatório publicado hoje (15),  o fracasso da comunidade internacional diante da “pior crise de refugiados desde a 2ª Guerra Mundial”, que “condena milhões a um sofrimento insuportável e milhares à morte”.

“Somos testemunhas da pior crise de refugiados da nossa era, com milhões de homens, mulheres e crianças lutando para sobreviver a guerras brutais, redes de tráfico de pessoas e governos que perseguem interesses políticos egoístas em vez de mostrarem compaixão”, disse Salil Shetty, secretário-geral da organização não governamental, ao apresentar o relatório hoje, em Beirute, por ocasião do Dia Mundial do Refugiado, lembrado em 20 de junho.

“A crise dos refugiados é um dos maiores desafios do século 21, mas a resposta da comunidade internacional foi um fracasso vergonhoso. Precisamos de uma reforma radical de políticas e de práticas, para criar uma estratégia mundial coerente”, afirmou.

“A atual crise de refugiados não vai se resolver se a comunidade internacional não reconhecer que se trata de um problema mundial, que exige que os Estados intensifiquem significativamente a cooperação internacional”, insistiu.

No relatório, a Anistia Internacional faz várias recomendações, como a criação de um fundo para os refugiados e a adoção de um compromisso coletivo para a reinstalação de 1 milhão de refugiados nos próximos quatro anos.

A situação é especialmente “desesperadora” para os 4 milhões de refugiados da Síria, a maioria dos quais (95%) vive nos cinco países vizinhos – Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito -, sobrecarregados com esse afluxo, segundo a organização.

“Nenhum país deve ser deixado sozinho perante uma crise humanitária maciça simplesmente porque partilha uma fronteira com um país em guerra”, disse Shetty.

A organização adverte que muitos sírios, diante da reduzida assistência humanitária que recebem nos países onde se encontram e a falta de perspectiva de retorno às suas casas vão, provavelmente, tentar chegar à Europa por meio do Mediterrâneo, “a rota marítima mais perigosa”.

Em 2014, 219 mil pessoas cruzaram o Mediterrâneo em “condições extremamente perigosas” e pelo menos 3.500 morreram.

A organização elogia a decisão europeia de reforçar a Operação Tritão, mas pede mais medidas, principalmente a criação de mais vias de imigração legal.

A Operação Tritão foi lançada em novembro de 2014 para ajudar a Itália a controlar as fronteiras marítimas, mas foi dotada de um orçamento significativamente inferior à operação italiana que a antecedeu, a Mare Nostrum. Em abril, os líderes europeus ampliaram a área de ação e triplicaram o orçamento da operação.

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