diplomacia

Imigração é principal tema da primeira reunião entre EUA e Cuba após reatamento de relações

Representantes dos países estão em Havana para encontros bilaterais de dois dias; reabertura de embaixadas deve ser discutida nesta quinta (22)

GRANMA©2014

Além das tendências migratórias, amanhã serão discutidas as possibilidades de normalização de laços diplomáticos

São Paulo – Com foco no tema da imigração, representantes dos governos de Cuba e Estados Unidos iniciaram hoje (21) em Havana a primeira reunião após o restabelecimento de suas relações diplomáticas, anunciado no dia 17 de dezembro passado. A respeito do fluxo de pessoas entre os dois países, Cuba expressou preocupação com a política migratória norte-americana, que classifica como “o principal estímulo para a emigração ilegal para os EUA”.

A delegação de Cuba é liderada pela diplomata Josefina Vidal Ferreiro, responsável por assuntos dos EUA no Ministério das Relações Exteriores. Já no comitê norte-americano estão Roberta Jacobson, a principal diplomata dos EUA para a América Latina, e Edward Alex Lee, subsecretário adjunto para a América Latina do Departamento de Estado. Eles representam o escalão mais alto da chancelaria norte-americana a visitar a ilha em décadas.

Além das tendências migratórias, amanhã serão discutidas as possibilidades de normalização de laços diplomáticos, com a reabertura de embaixadas como um dos assuntos prioritários do último dia do encontro bilateral.

Os dois lados também devem apresentar metas de longo prazo. Havana vai buscar o fim do embargo e pedir para ser retirada da lista de “Estados que patrocinam o terrorismo”, enquanto Washington investirá na flexibilização do governo liderado pelos irmãos Castro.

Na noite de ontem (20), o presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou também que os Estados Unidos devem começar “neste ano” a suspender o embargo comercial, imposto à ilha há mais de 50 anos, para “acabar com um legado de desconfiança no continente”.

Resultado de 18 meses de negociações secretas, a retomada de relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba pegou a comunidade internacional de surpresa, simbolizando a maior reviravolta desde a imposição do embargo econômico, em 1961. No mês passado, já se esperava que, entre as medidas, estaria o início das conversas bilaterais, a flexibilização do bloqueio econômico e a libertação de presos políticos e espiões de ambas as partes.

No dia em que foi anunciada a reaproximação, Washington e Havana trocaram prisioneiros: enquanto Cuba libertou o norte-americano Alan Gross, que cumpria pena de 15 anos na ilha por espionagem, Washington soltou também os últimos três dos cinco cubanos presos presos nos EUA, também acusados de espionagem. Além disso, no dia 12 deste mês, Cuba libertou 53 presos políticos norte-americanos, o que também estava previsto conforme os acordos.

Leia também

Últimas notícias