Estado da União

Para Emir Sader, Obama tenta resgatar imagem de olho em disputa de 2016

Sociólogo analisa que, em pronunciamento ao Congresso, presidente dos Estados Unidos apresentou propostas populares, mas sem viabilidade política

Pete Souza/TWH

Presidente defendeu aumento de impostos para os mais ricos em combate à crescente desigualdade social

São Paulo – O cientista político e sociólogo Emir Sader, em comentário à Rádio Brasil Atual nesta quinta-feira (22), classifica o discurso do presidente norte-americano Barack Obama sobre o Estado da União, proferido ontem no Congresso, como mais popular. “Foi um discurso ao estilo do ‘primeiro’ Obama, com a proposta, por exemplo, de aumento da tributação das pessoas de maior renda para fazer política social.” Obama também defendeu o fim do embargo comercial a Cuba.

É a primeira vez que o presidente fala ao Congresso após a derrota eleitoral de novembro passado, quando os republicanos conquistaram maioria na Câmara dos Representantes e no Senado. “Ele está tentando encontrar espaços para conseguir governar e avançar, apesar disso.”

“A questão que se coloca, sempre, nessas circunstâncias, é por que ele não avançou mais quando tinha maioria na Câmara e no Senado. Quando ele ganhou a primeira eleição, tinha maioria suficiente para avançar em relação aos imigrantes, à reforma na saúde, no bloqueio a Cuba, impostos”, observa Emir Sader.

Para o sociólogo, o discurso de Obama apresenta viés eleitoral. “Ele não fez propostas viáveis. Ele fez propostas que acha que são justas, corretas e necessárias, mas que estão bloqueadas pelos republicanos.”

Ele afirma ainda que a melhora nos indicadores econômicos, que apontam para o fim da recessão e o aumento do emprego, colaboram para a elevação da popularidade do presidente democrata.

Foi um embate ideológico e propagandístico, que não tem viabilidade, mas que já aponta para a eleição do ano que vem”, conclui.

Ouça o comentário completo da Rádio Brasil Atual:

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