Cancún – O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou hoje (6), no balneário de Cancún, no México, que Brasil e México são os dois principais gigantes da América Latina. “Devem estar juntos. Quanto mais próximos estiverem, melhor; e enquanto mais afastados, pior” disse.

Mujica lembrou o papel do México no século passado para os perseguidos em todas as partes do planeta. “Aprendemos muito com o México. O México é terra de asilo, onde todo mundo encontrou teto, tolerância e alimento para sobreviver”, disse Mujica, que passará a presidência para seu correligionário Tabaré Vázquez em março de 2015.

Para o uruguaio, os países e governos da região ainda têm uma dívida com os pobres e com “a parte sofrida de nossa América, com os pobres que vivem em uma casa humilde”. Ele assinalou a necessidade de lutar para que eles se aproximem dos bens e da prosperidade “para quem não pôde alcançá-las”.

O presidente do Uruguai também lembrou que seu país já foi considerado um paraíso idílico, “uma região privilegiada em água, em pasto que se foi transformando em um país essencialmente produtor de alimento”.

Mujica ressaltou: “Depois da Segunda Guerra Mundial nos demos conta que éramos América Latina e tínhamos todas as dores da região e um país cheio de nostalgia”.

Segundo ele, hoje o Uruguai é um pequeno país turístico que se beneficia do Brasil e da Argentina, que encontram em Punta del Este um lugar atraente para o turismo.

“Punta del Este é uma espécie de agência de viagens, de férias para a Argentina. Nós jamais teríamos podido fazer esse portentoso balneário, mas a realidade é que os argentinos têm uma fidelidade tremenda com o Uruguai e vêm para cá”, observou.

O presidente do Uruguai chegou ontem ao México para participar da 24ª Cúpula Ibero-Americana, que ocorrerá segunda e terça-feira, no porto de Veracruz, Golfo do México.

Mujica testemunhou hoje a ratificação de uma irmanação entre Punta del Este e Cancún para trocar experiências em matéria turística, estudantil, de negócios, investimentos, entre outras. O acordo foi assinado pelos prefeitos de Cancún e de Punta del Este, Paul Carrillo e Martin Laventure, respectivamente, e ratifica outro assinado há 20 anos, mas que nunca foi oficializado.