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Em meio a crise política, México recepciona 24ª Cúpula Ibero-Americana

Encontro reunirá chefes de Estado e de governo entre segunda e terça-feira; cidades mobilizam-se pelo desaparecimento de 43 estudantes

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Vista geral do centro onde será realizada a cúpula na cidade de Veracruz: segurança foi reforçada na região

São Paulo – Em meio à crise política e humanitária no México, chefes de Estado e de governo começaram a chegar hoje (7) a Veracruz, cidade portuária mexicana que receberá a 24ª Cúpula Ibero-Americana entre amanhã e terça-feira.

“Esta será uma cúpula bem-sucedida que olha para o futuro”, declarou à imprensa a subsecretária de Estado para a América Latina e o Caribe, Vanessa Rubio Márquez, diante das perguntas a respeito da possibilidade de o desaparecimento de 43 estudantes na cidade de Iguala ofuscar o encontro.

As autoridades mexicanas esperam uma numerosa presença de líderes e que os 22 países que integram a comunidade estarão representados em alto nível. Entre os que já chegaram ao território mexicano estão o rei da Espanha, Felipe VI, e o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy. A presidenta Dilma Rousseff não comparecerá ao evento por questões de agenda.

Sob o tema “Educação, Cultura e Inovação”, a cúpula tratará diversos assuntos políticos propostos pelos países e um documento sobre a renovação do encontro. Entre os resultados, espera-se que seja lançado pela primeira vez um Programa Ibero-americano de Juventude.

Crise no México

A indignação diante da falta de respostas do governo para o desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa, em Iguala, impulsionou a realização de uma das maiores mobilizações da história recente do país.

Neste domingo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) do México anunciou que não cessará até deter todos os culpados pelo sumiço dos jovens. “Por convicção pessoal e por ordens do presidente (Enrique Peña Nieto) não permitiremos impunidade a ninguém”, declarou o procurador-geral do México, Jesús Murillo Karam, em entrevista coletiva.

A PGR ainda confirmou a identificação do primeiro corpo: os restos mortais de Alexander Mora Venancio, de 21 anos, que foram localizados em um lixão na cidade de Cocula, a mais de 700 quilômetros do local onde os jovens sumiram no dia 26 de setembro. Segundo Murillo, o prefeito de Iguala, José Luis Abarca, está confinado em prisão federal por diversos delitos e a investigação segue aberta.

Além disso, a jornada de protestos se dá em meio à deteriorização da imagem de Peña Nieto, que iniciou ontem o terceiro ano de sua gestão com a mais baixa popularidade desde que chegou ao poder.

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