tragédia humana

Sem acordo para manter trégua, Israel volta a bombardear Gaza

Força Aérea israelense realizou seis ataques em todos os setores da Faixa de Gaza, após as negociações no Egito não terem chegado aos objetivos

© EFE/Oliver Weiken

Novos ataques contra população civil palestina deixou mais uma criança morta e paz mais remota

São Paulo – Com o fim da trégua de 72 hora entre Israel e o Hamas, e sem que as partes chegassem a um entendimento sobre o fim da investida israelense sobre o território palestino, a Faixa de Gaza voltou a ser alvo nesta sexta-feira (8) de bombardeios, que acusar milícias palestinas de lançarem dezenas de foguetes em seu território.

Segundo fontes ligadas ao setor da saúde, um menor morreu na Faixa de Gaza, e outros nove palestinos ficaram feridos, em um dos bombardeios israelenses na região, enquanto dois israelenses ficaram feridos após a queda de um foguete. O cessar-fogo terminou às 8h (horário local, 2h de Brasília) depois que porta-vozes do Hamas disseram na noite passada que as milícias não aceitavam uma prorrogação.

A criança palestina morreu em um ataque a uma mesquita no campo de refugiados de Jabalya, disse Ashraf al Qidra, porta-voz do Ministério da Saúde em Gaza. Fontes de segurança informaram que a Força Aérea israelense realizou hoje seis ataques em todos os setores da Faixa.

Segundo as mesmas fontes, Israel também atacou no norte da Faixa a partir de navios de guerra, assim como com sua artilharia. As vítimas em Gaza desta manhã se somam às que a operação israelense Margem Protetora tinha causado até a entrada em vigor na terça-feira da trégua de 72 horas pedida pelo Egito para negociar com as partes um cessar-fogo permanente. No total, 1.888 palestinos morreram e cerca de 10.000 ficaram feridos desde o dia 8 de julho.

Por seu lado, a Jihad Islâmica e os Comitês Populares de Resistência dispararam foguetes contra cidades em Israel, que por enquanto chamou seus negociadores do Cairo com o argumento de que “não negocia sob fogo”.

Mas o grupo considerado por Israel seu principal inimigo, o Hamas, se distanciou dos disparos de hoje e, sem confirmar uma prorrogação da trégua, disse que as negociações continuam no Cairo, a capital do Egito, para um cessar-fogo permanente.

Sem negociação

A delegação israelense, que desta vez permaneceu no Egito por cerca de nove horas, para as negociações de um cessar-fogo com as milícias palestinas na Faixa de Gaza. O comitê chegou a Israel pouco antes do término do cessar-fogo de 72 horas

A delegação tinha comparecido ao Cairo para acompanhar os contatos com o Egito, que atua como mediador junto ao Hamas, organização que Israel não reconhece e que considera ser um grupo terrorista. Durante os últimos três dias, os representantes do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, fizeram várias viagens entre os dois países enquanto as partes negociavam.

Deslocamento

Em Gaza, milhares de civis começaram a deixar suas casas nas regiões norte e leste do território palestino por temerem ataques contra os palestinos. Homens, mulheres e crianças estão abandonando suas residências nos bairros do leste da Cidade de Gaza, onde aconteceram os enfrentamentos mais violentos durante o mês de julho.

Durante várias semanas a aviação israelense submeteu esses bairros a intensos bombardeios, alegando que eram os lugares de onde foi lançada a maior parte dos foguetes. Seus moradores tinham retornado ao que restou de suas casas durante a trégua de 72 horas estipulada pelas partes.

Medidas

A divisão de Defesa Civil das Forças de Defesa de Israel (IDF, sigla em inglês) instaurou novamente nesta sexta-feira as medidas de emergência em um raio de 40 quilômetros ao redor da Faixa de Gaza, reabriu os refúgios e proibiu a concentração de pessoas em um raio de 80 quilômetros. A medida afeta mais de um milhão de pessoas de Gaza até a cidade de Rishon Lezion, ao sul de Tel Aviv.

No sul de Israel, os prefeitos de quase todas as localidades emitiram ordens para que sejam evitadas as concentrações de pessoas e pediram que seus moradores permaneçam próximos dos refúgios.

Com reportagem do Opera Mundi

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