análise

Para Sader, revolta nos EUA contra assassinato de jovem negro é ‘diferencial’

Analista enfatiza que ainda há 'muita discriminação' contra o negro nos EUA e que só a revolta foi capaz de fazer o crime repercutir

ROBERTO RODRIGUEZ/efe

Sader afirma que a reação popular contra o assassinato de Michel é o que está gerando a repercussão

São Paulo – O cientista político e sociólogo Emir Sader analisa que a reação popular nos Estados Unidos contra a polícia do estado do Missouri, que assassinou no último dia 9 o jovem negro Michael Brown, na cidade de Ferguson, é consequência da continuidade da precariedade e da discriminação do negro no país, mas que a revolta é um diferencial. “Isso acontece em muitos lugares do mundo. A diferença é que houve uma forte revolta popular, que se prolonga até hoje”, considera no comentário de hoje (19) à Rádio Brasil Atual.

Michel Brown tinha 18 anos e foi morto em um bairro pobre, onde 70% da população é negra. Ele estava desarmado e não resistiu à abordagem, segundo testemunhas. A polícia alega que ele teria tentando tirar a arma dos policiais e, por isso, acabou alvejado com tiros. “O exame das condições em que ele foi morto demonstra que teve cinco ou seis tiros no braço, dois na cabeça, um deles, claramente tiro de cima para baixo. Estava de joelhos, ou caindo, foi execução muito clara”, explica o sociólogo.

Sader enfatiza que ainda há “muita discriminação” contra o negro nos Estados Unidos. Nesse sentido, o cientista político avalia que foi somente com a revolta popular que o assassinato de Michael repercutiu.

Ouça o comentário completo na Rádio Brasil Atual: