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Israel anuncia destruição total de túneis usados pelo Hamas, mas nega saída de Gaza

Palestinos e israelenses trocam acusações de quebra de trégua humanitária em meio à escalada de violência em Jerusalém

Mohammed Saber/EFE

A ação israelense já foi tachada de imoral pela ONU e de massacre por vários países

São Paulo – O Exército de Israel declarou hoje (4) que destruiu todos os túneis usados pelos membros do Hamas para atacar o território israelense, mas acrescentou que ainda não sairá da Faixa de Gaza, alegando ter ainda “muitas missões para realizar” no local.

“Nós não deixaremos a Faixa de Gaza, pois ainda há muitas missões para completar aqui”, anunciou o porta-voz do Exército, Moti Almoz, segundo a AFP. A declaração vem depois de ambas as partes violarem mais uma tentativa de cessar-fogo humanitário, desta vez de duração prevista para sete horas.

A ofensiva israelense no enclave palestino controlado pelo Hamas completa hoje quatro semanas. Apesar de a situação continuar violenta em Gaza, o dia foi marcado por um aumento de tensão em Jerusalém. Em três horas, a cidade foi alvo de dois ataques que deixaram pelo menos dois mortos e vários feridos.

Em um deles, um veículo de construção bateu em um ônibus e matou um civil israelense por atropelamento. À Reuters, a polícia afirmou ter matado a tiros o motorista, identificado como um palestino que vivia no leste de Jerusalém, segundo a imprensa israelense. No outro ataque, um motociclista atirou nos arredores da Universidade Hebraica de Jerusalém, ferindo soldados israelenses.

Por sua vez, o Ministério da Saúde em Gaza anunciou que pelo menos 18 palestinos morreram hoje em ataques das Forças Armadas de Tel Aviv. O porta-voz Ashraf al Qedra disse à Efe que a ofensiva israelense aconteceu minutos depois de Israel anunciar que suspenderia as atividades militares no território palestino por sete horas. O cessar-fogo tinha como intuito permitir a população de Gaza se abastecer e voltar para seus lares, mas excluiu a cidade de Rafah, onde os confrontos não pararam.

Cessar-fogo

O governo de Israel e o Hamas aceitaram hoje a proposta do Egito de um cessar-fogo de três dias na Faixa de Gaza, como informou a agência Reuters.

O Egito havia pedido para a trégua começar às 5h de terça-feira (2h em Brasília) e convidou as partes a enviar delegações de alto escalão ao Cairo para negociações de um acordo de longo prazo, informou a agência.

O governo espanhol decidiu “paralisar com cautela” a venda de material militar a Israel, em virtude do conflito em Gaza, declararam hoje fontes do Executivo ao El Pais. A decisão foi adotada na última quinta (31/07) em uma reunião em que estiveram presentes ministros da Economia, Defesa, Relações Externas e da Fazenda.

Nesta manhã, dirigentes palestinos se mostraram otimistas perante as conversas com os mediadores egípcios no Cairo, embora tenham reconhecido que será necessário muitos esforços para negociar uma trégua em Gaza. “O caso palestino não é nada fácil, as negociações são duras e se requer muito esforço”, apontou Izzat al Rishq, membro do escritório político do movimento islamita palestino do Hamas.

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