ofensiva israelense

Sobe para 586 o número de palestinos mortos na Faixa de Gaza

Escritório de Assuntos Humanitários da ONU descreveu como 'devastadora' a situação para a população de Gaza. Um terço das vítimas são crianças e adolescentes

ABIR SULTAN/efe

Dentre as vítimas dos ataques israelenses há uma família de sete membros com passaporte alemão

São Paulo – Um total de 586 palestinos, a grande maioria civis, morreram desde que Israel começou, há 15 dias, a ofensiva militar contra o território palestino de Gaza. Desse número, 121 eram crianças palestinas, 80 delas de menos de 12 anos, confirmou a Unicef, o organismo das Nações Unidas para a proteção da infância, nesta terça-feira (22).

Os menores representam um terço das vítimas civis registradas desde que o exército israelense começou a bombardear continuamente Gaza. Dentre o menores, 84 eram meninos e 37 meninas, com idades que variavam entre cinco meses e 17 anos, segundo os dados do Unicef. Pelo menos 904 outras crianças ficaram feridas, acrescentou o órgão.

O Escritório de Assuntos Humanitários da ONU descreveu como “devastadora” a situação para a população de Gaza, um território de altíssima densidade demográfica, com 4.500 pessoas por quilômetro quadrado. “Literalmente, não há um espaço que seja seguro para os civis”, destacou o porta-voz, Jens Laerke.

Segundo uma avaliação realizada por voluntários em Gaza, 107 mil crianças precisarão de tratamento especializado, pelo trauma que sofreram ao vivenciar ataques que mataram suas famílias ou destruíram suas casas. Por enquanto, as equipes de emergência conseguiram oferecer esse tipo de apoio a menos de 900 crianças

EUA

O secretário de Estado americano, John Kerry, se comprometeu nesta terça-feira (22), no Cairo, a continuar a mediação até alcançar um cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza, antes de sua reunião com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby.

Na sede da organização pan-árabe no Cairo, Kerry e Al Arabi analisaram o plano apresentado pelo Egito na semana passada de cessação das hostilidades. Kerry, que chegou ontem à noite ao Cairo, pretende pressionar para que esta iniciativa seja aplicada, um passo que para ele depende do Hamas, que inicialmente rejeitou a proposta.

Já Arabi disse aos jornalistas ter esperança que as visitas de Kerry e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao Egito promovam um cessar-fogo. Para ele, a última resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre Gaza é insuficiente para frear a violência e agradeceu aos Estados Unidos pela ajuda humanitária de US$ 47 milhões para os palestinos da Faixa.

Antes da reunião com Arabi, o chefe da diplomacia americana se reuniu com seu colega egípcio, Sameh Shukri, também para analisar a situação em Gaza, onde em duas semanas de ofensiva israelense morreram mais de 580 palestinos e 27 soldados israelenses. Kerry se reunirá nas próximas horas com o presidente do Egito, Abdul Fatah al Sisi, e depois dará uma entrevista coletiva, segundo a presidência egípcia.

Família alemã

Entre as vítimas dos ataques israelenses sobre Gaza há uma família de sete membros com passaporte alemão, confirmaram nesta terça-feira (22) fontes do Ministério das Relações Exteriores em Berlim, depois de a imprensa palestina divulgar a notícia.

A identidade dos falecidos não foi confirmada por funcionários alemães no terreno, como seria o procedimento comum antes de divulgar uma situação com estas características. As fontes das Relações Exteriores informaram que “todos os indícios existentes” apontam para essa direção.

Trata-se, de acordo com informações da televisão pública ARD, de um homem de 53 anos, Ibrahim al-Kilani, sua esposa Taghrid de 47 e os cinco filhos, com idades que variam entre 4 e 12 anos. Os sete membros da família morreram em um ataque aéreo contra um edifício da Cidade de Gaza.

O governo alemão apelou ontem para que israelenses e palestinos ponham fim aos combates e lamentou o alto número de vítimas civis na Faixa de Gaza, após insistir no direito de se defender de Israel.

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