desastre aéreo

Autoridades dos EUA dizem não ter provas que liguem Rússia à derrubada de avião

Para oficiais, ouvidos sob anonimato, hipótese mais provável é que aeronave foi abatida 'por engano' por grupos separatistas ucranianos

ROBIN VAN LONKHUIJSEN/efe

Memorial em homenagem às vítimas foi feito na área externa do aeroporto holandês de Amsterdã

São Paulo – Oficiais do alto escalão do serviço de inteligência dos Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira (22) que não há provas evidenciando a participação do governo da Rússia na derrubada do Boeing-777 da Malaysia Airlines, há uma semana.

Para os agentes norte-americanos ouvidos sob anonimato pela agência AP, a aeronave comercial com 298 pessoas a bordo foi abatida por um míssil terra-ar modelo SA-11 disparado por membros do grupo separatista pró-russo – provavelmente “por engano”, segundo crê um dos oficiais.

A hipótese de erro humano por parte dos separatistas é apoiada no retrospecto recente do conflito: 12 aeronaves militares ucranianas foram abatidas recentemente na região pelos grupos anti-Kiev, segundo dizem os oficiais.

Conforme relata a AP, o serviço de inteligência dos EUA continua a acreditar que Moscou “criou as condições” que levaram ao incidente. No entanto, não há qualquer evidência da participação direta de Moscou: não há notícia da presença de militares russos durante o lançamento do míssil ou informações sobre treinamento oferecido pela Rússia para a equipe que disparou o projétil.

Um dos funcionários do governo norte-americano disse ainda que os EUA não sabem nem o nome nem a posição do autor do disparo – “nem estamos 100% certos de que haja uma nacionalidade”. Segundo ele, os EUA não têm a pretensão de chegar a conclusões definitivas que esclareçam o evento.

Caixa-preta

Após as caixas-pretas serem entregues pelos separatistas às autoridades malaias, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou hoje que o material também será analisado por uma equipe britânica especializada em acidentes aéreos.

Aceitamos o pedido da Holanda para que os investigadores de acidentes aéreos de Farnborough recuperem a informação das caixas-pretas do voo MH17 para sua análise internacional”, anunciou Cameron em mensagem em sua conta no Twitter.

Também hoje, o presidente norte-americano, Barack Obama, visitou a embaixada da Holanda para oferecer seus pêsames pelas vítimas do avião da Malaysia Airlines. Obama garantiu que os dois países trabalharão em conjunto “até que se faça justiça”.

Leia também

Últimas notícias