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Por mudanças, 100 milhões de jovens vão às urnas pela primeira vez na Índia

Maior eleição do mundo ocorre em nove etapas ao longo de seis semanas e envolve 800 milhões de eleitores

HARISH TYAGI/EFE

Metade dos 1,21 bilhão de indianos tem menos de 25 anos, e 97 milhões podem estrear nas urnas

Nova Déli – Quase cem milhões de jovens estão convocados para ir às urnas pela primeira vez na Índia, um país cujo destino depende em grande parte do voto desta legião de novos eleitores que pede mudanças no gigante asiático.

“Acredito na Índia como país democrático no qual o povo quer mudanças e no qual a maioria da população é de jovens”, declarou àAgência EFE Cherry Verma, um estudante de 21 anos que vota hoje na capital do país, Nova Délhi.

Metade dos 1,21 bilhão de indianos tem menos de 25 anos, e 97 milhões deles têm direito a votar pela primeira vez nas eleições nacionais que começaram no último dia 7 e ocorrem em nove diferentes fases pelos 28 estados do país até o dia 12 de maio.

“Há muita gente reclamando da classe política, e seria bom que o país pudesse mudar, porque temos políticos com experiência, mas que não conhecem o que os jovens querem”, acrescentou Verma.

Desses 97 milhões de eleitores estreantes em relação ao pleito anterior, de 2009, cerca de 23 milhões têm entre 18 e 19 anos, por isso, de acordo com Verma, “seu envolvimento nestas eleições é muito grande”.

“Somos nós, jovens, que temos que decidir que futuro queremos para nosso país”, ressaltou o estudante, que quer que o novo governo “veja a educação como uma prioridade” e acabe com a corrupção.

Os casos de corrupção são uma das causas do enfraquecimento do atual governo indiano, dirigido pelo Partido do Congresso, da dinastia Nerhu-Gandhi que dirigiu o país praticamente desde sua independência, em 1947.

“É imprescindível que os jovens votemos, se queremos que nosso país entre nos eixos”, declarou à EFE um estudante de 24 anos, Bharat Bhushan, que também espera do futuro governo indiano “uma mudança, porque agora não funciona bem”.

Bhushan expressou uma das reivindicações de milhões de jovens na Índia: “Há muito desemprego entre os jovens, queremos que quem governe seja capaz de criar postos de trabalho”.

Além das dificuldades de acesso à educação, que afetam especialmente as classes mais desfavorecidas, do desemprego juvenil ou da corrupção, outra das principais preocupações dos jovens é a violência contra a mulher.

Os casos de estupro geraram uma grande preocupação em um país no qual há 940 mulheres para cada mil homens, um desequilíbrio ainda mais vivo entre os jovens devido aos abortos seletivos e ao assassinato de meninas logo após nascerem.

Segundo dados da Comissão Eleitoral da Índia, encarregada de velar pelo correto desenvolvimento do pleito na maior democracia do mundo, dos 23 milhões de eleitores de 18 a 19 anos, 13,5 são homens e 9,5 mulheres, dados que evidenciam o desequilíbrio entre os sexos.

Estes novos eleitores representam 9,8% do censo eleitoral em Dadra e Nagar Haveli e 9% em Jharkhand, os dois estados da Índia com maior porcentagem de jovens que podem votar pela primeira vez.

Numericamente, os estados com maior censo de jovens que se incorporam ao censo eleitoral são Uttar Pradesh, o mais populoso do país, com 3,8 milhões de novos eleitores, e Bengala, com 2,8 milhões.

A pirâmide populacional do segundo país mais populoso do mundo inclui mais de 220 milhões de pessoas que têm entre 20 e 29 anos, um número que supera inclusive a população de grandes países como o Brasil.

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